Moradores em situação de rua vêm tirando o sossego de empresários e colaboradores que trabalham na área central de Campos

O casal de cirurgião-dentista Felipe e Manuela Bussade, que tem um consultório  odontológico  no prédio  Ninho das Águias, na Praça São Salvador, vem sofrendo para manter a clientela e atrair novos cliente.

De acordo com o cirurgião-dentista Felipe Bussade, que tem um  consultório há 25  anos no prédio, explica que a calçada pública que dá acesso ao prédio  ao longo dos últimos dois anos, vem sendo ocupada pelos " moradores em situação de rua", e muitos são agressivos, inibindo a chegada e saída dos pacientes, já que muitos marcam atendimento muito cedo ou no final do expediente, e são abordardados pelos moradores que pedem dinheiro e quando é  negado, alguns ficam agressivos.

- É  muito triste, você  ter que passar por uma situação dessa. Minha esposa por exemplo é obrigada a ficar aguardando dentro do prédio até eu me deslocar até o estacionamento para pegar o veículo.  Ali, na frente do prédio eles dormem  nos colchonetes, deixando um aspecto de abandono e insegurança, para nós  que pagamos os impostos regularmente. Recentemente,  investimos  em equipamentos tecnológicos no consultório, mas está difícil continuar trabalhando, desabafou Felipe.

O síndico do edifício Ninho das Águias, Gerson Gomes, ressaltou que os próprios funcionários do condomínio  são ameaçados pelos moradores em situação de rua, porque diariamente precisam lavar a calçada pública  para amenizar o odor que ficam na calçada, já que eles fazem as necessidades fisiológicas  na rua. Outro problema é  a quantidade de lixo que acumula no local, já que vários voluntários doam alimentos. Toda a situação é monitorasa pir um sistema de câmera", comentou o síndico 

Gerson Gomes destacou ainda que entende a questão social das pessoas, mas também ressaltou que é  necessário o Poder Público tomar uma atitude,  já que o prédio reúne dezenas de profissionais liberais que geram empregos e receita para o município, como emissora de rádio, profissionais liberais e a própria sede da Associação Comercial e Industrial de Campos- ACIC- e   atualmente os funcionários não  se sentem seguro para irem trabalhar. Haja visto, que eles  brigam entre si e já houve até registro de morte", concluiu .

O síndico já participou de várias reuniões com o comando do 8° Batalhão da Polícia Militar, Guarda Municipal e o Secretário de Ordem Pública,  que atendem às chamadas, mas não podem retirá-los da rua de forma arbitrária.O síndico destacou que a situação está  complicada a cada ano que passa e a sensação que dá  é  que eles vão se renovando, pois sempre tem pessoas diferentes,  enquanto os funcionários, empresários e a população que circula na área central, se sente ameaçada", finalizou Gerson Gomes.

CENSO- No início do mês de agosto, deste ano,  a Secretaria Municipal  de Desenvolvimento Humano e Social, divulgou o resultado do 1° Censo Sobre a População  em Situação de Rua,  onde apontou que 114 pessoas vivendo nas ruas. Desde número, 42 pessoas falaram que utilizavam a rua como forma de trabalho, enquanto 49 informaram que dormiam nas ruas, casas ou prédios abandonados. A pesquisa foi realizada entre os meses de setembro e novembro de 2022.