12/09/2023 às 10h19min - Atualizada em 12/09/2023 às 10h19min

Programa Sífilis Zero amplia número de testes rápidos em Campos

Atendimento será através das Unidades Básicas de Saúde. Objetivo é reduzir o número de casos, interromper a transmissão e estabelecer o fluxo de monitoramento aos pacientes em tratamento

Jornal Aurora - Redação
G1
Por meio do programa “Sífilis Zero”, a Secretaria de Saúde de Campos, aumentou a oferta de testes rápidos para a população. O programa foi lançado na última semana e tem como objetivo reduzir o número de casos, interromper a transmissão e estabelecer o fluxo de monitoramento aos pacientes em tratamento.

Além disso, a Prefeitura explica que o programa busca ainda sensibilizar a população e os profissionais de saúde com foco no diagnóstico precoce e tratamento adequado da sífilis adquirida, em gestante e congênita (que passa da mãe para o feto).

Atendimento
A diretora de Auditoria, Controle e Avaliação (DACA) da secretaria de Saúde, Bruna Araújo, explica que os pacientes serão referenciados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) para a realização do teste rápido, após agendamento prévio pelo site da Prefeitura, através do Consulta Fácil, ou por demanda espontânea, dependendo da unidade.

O tratamento também será realizado na própria UBS, um procedimento que é autorizado pelo Ministério da Saúde e está dentro da autonomia do enfermeiro.

No caso de gestantes, o teste é feito obrigatoriamente na primeira consulta. A medida vale também para histórico de exposição de risco/violência sexual.

Se o resultado for positivo (reagente), o tratamento começa imediatamente com exames complementares (testes não treponêmicos – VDRL) solicitados no primeiro atendimento e com a prescrição do medicamento.

O parceiro também será convocado em caso de teste positivo. “A Vigilância Epidemiológica será notificada após o início e ao final do tratamento até a cura do paciente”, ressaltou Bruna Araújo.

Bruna ressaltou ainda a importância do trabalho das enfermeiras e que, antes, os pacientes com sífilis eram atendidos nas Unidades Pré-Hospitalares (UPHs).

Gestantes
Caso a mãe não tenha sido tratada durante o pré-natal, a maternidade ficará responsável pela administração do medicamento, encaminhando a paciente, de acordo com o protocolo estabelecido, para a Unidade Básica de Saúde mais próxima da casa dela.

"O recém-nascido será encaminhado ao CDIP, para a realização do monitoramento do bebê até um ano e seis meses de idade. No caso de gestante com cicatriz sorológica para sífilis, a testagem deve ser mantida conforme rotina preconizada no pré-natal (1º, 2º e 3º trimestres da gravidez), por meio do VDRL", explica a Prefeitura.

Capacitação
A assessora chefe da Vigilância Epidemiológica de Campos, Sílvia Campos Reis Martins, disse que grande parte da equipe já foi treinada através do Sistema de Atenção e Vigilância em Saúde (Salus) e está devidamente preparada para assistir à população da melhor maneira possível.

“O programa ‘Sífilis Zero’ foi criado para que possamos organizar o serviço de saúde no diagnóstico, tratamento e monitoramento da sífilis no município. O programa Salus nos auxilia no monitoramento do agravo, permitindo a visualização do cenário da doença no município, proporciona um monitoramento mais ativo, com visualização da adesão ao tratamento e se o mesmo está sendo feito em tempo oportuno. Depois do treinamento das equipes, iniciamos a utilização da plataforma Salus para que, junto com o profissional que está na ponta, possamos acompanhar o paciente desde o diagnóstico até a cura da doença”, explicou Sílvia.

 

Sobre a sífilis

Manifestações da sífilis — Foto: Arte/TV Globo

Manifestações da sífilis — Foto: Arte/TV Globo

Manifestações da sífilis

A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) que pode levar à morte. Ela é causada pela bactéria Treponema pallidum, que pode ser transmitida verticalmente, da mãe para o feto e também pelo contato sexual desprotegido com um parceiro (a) infectado (a).

Nos adultos, a sífilis pode causar feridas nos órgãos genitais, manchas e lesões na pele, ínguas, quadros graves cardíacos e neurológicos.

A doença apresenta três estágios: sífilis primária, secundária ou latente e terciária. A primeira fase é caracterizada por uma ferida única e indolor, com bordas bem definidas e endurecidas. A secundária inicia-se após a cicatrização da úlcera – normalmente a lesão cicatriza sem nenhum tipo de intervenção. Já a última fase é caracterizada por destruição tecidual e pode afetar os sistemas cardiovascular, nervoso e ósseo.

“A conscientização sobre os riscos da doença, os métodos de prevenção durante as relações sexuais, uso de preservativo interno e externo, acompanhamento durante a gestação e o cuidado preventivo, como a testagem regular, são essenciais para evitar o contágio”, explicou Sílvia.
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