O envelhecimento é um processo natural da vida. Com o passar dos anos, o corpo sofre diversas transformações biológicas e funcionais que atingem o organismo como um todo, porém não são capazes de impactar negativamente o estilo de vida do indivíduo. O envelhecimento natural fisiológico costuma-se chamar de senescência. Em contrapartida há a senilidade, cujo termo está relacionado à presença de doenças e/ou limitações que podem acompanhar o indivíduo até a fase idosa.
Porém quando se fala em envelhecimento não tratamos apenas os aspectos fisiológicos, mas também consideramos os aspectos sociais e psicológicos.
Muitas mudanças acontecem nessa fase da vida, além das doenças físicas comuns como hipertensão arterial, diabetes, osteoporose e o câncer, ocorrem o afastamento da família quando os filhos saem de casa, a perda da juventude e do papel social com a aposentadoria, o falecimento do cônjuge, falta de expectativa perante o futuro, sentimento de menos-valia, sensação de impotência e por consequência, a depressão.
A depressão é uma das doenças mentais que mais atinge os idosos. De acordo com o IBGE, pessoas com idades entre 60 e 64 anos representam a faixa etária com maior proporção (11,1%), entre os 11,2 milhões de brasileiros diagnosticados com a doença e este índice vem aumentando com o passar dos anos.
Idosos institucionalizados em asilos e casas geriátricas possuem uma probabilidade maior de desenvolver depressão, devido à mudança radical no estilo de vida, a necessidade de adaptação às novas regras de horários e atividades, convivendo com desconhecidos e longe da família, interferindo assim em sua autoestima, liberdade e sua identidade. Diz especialista em envelhecimento Erika Moraes de Petta, Diretora Executiva da HelpCare Cuidador de Idosos RJ.
Portanto faz-se necessário bastante atenção aos sintomas, que podem variar em sua quantidade e intensidade. Entre eles estão:
• Falta de energia;
• Humor triste, ansioso ou sentimento de "vazio";
• Perda de interesse em atividades que antes eram consideradas prazerosas;
• Irritabilidade ou agitação;
• Esquecimentos;
• Raciocínio lento;
• Isolamento social;
• Pensamentos de morte ou suicídio;
• Distúrbios alimentares (Apetite aumentado ou falta de apetite);
• Alterações do sono (Sonolência ou Insônia);
• Dores de cabeça, costas e barriga.;
• Tensão na nuca e nos ombros;
• Problemas gastrointestinais;
• Pressão no peito.
Muitas vezes os sintomas da depressão são confundidos com o envelhecimento "normal". É bastante comum ouvir a expressão "Ah, isso é coisa de idoso..." Ela pode ser confundida também com outras patologias, como por exemplo, as demências, por isso é extremamente importante que o diagnóstico seja realizado por um profissional capacitado e tais especialistas podem ser: geriatra, psiquiatra ou psicólogo.
Para realização do diagnóstico, devem ser consideradas: a frequência, intensidade e durabilidade com que esses sintomas se apresentam. Podendo a depressão ser classificada como leve, moderada ou severa.
O tratamento deve incluir terapia medicamentosa e psicoterapia. É bastante importante a reinserção do idoso no contexto familiar, promover relações sociais e afetivas, estabelecer para sua rotina atividades de estimulação cognitiva, uma alimentação saudável e a prática de exercícios físicos como hidroginástica ou caminhada.