07/08/2019 às 17h44min - Atualizada em 08/08/2019 às 08h41min

Ibogaína: ela pode curar viciados em drogas?

Estudo realizado pela Unifesp constatou que para alcançar os resultados constatados, depende também da prática terapêutica ou psicológica perante e após o uso da Ibogaína, pois só assim a pessoa poderá adquirir ferramentas internas necessárias para não voltar aos hábitos antigos

DINO
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O alcaloide onírico de ibogaína, que se encontra na casca da raiz de um arbusto presente na África Central, vem sendo parte da prática dos ritos de passagem de tribos, tais como Bwiti e Pigmeus a centenas de anos, porém, na década de 60 um ex-usuário de heroína chamado Howard Lotsof, ao buscar uma experiência nova, utilizou da ibogaína e foi surpreendido pois, após 24 horas de experiência intensa, observou-se sem a necessidade de usar, ou seja, sem fissura. Então ele ofereceu doses de ibogaína para mais 10 amigos, que também eram usuários, dos quais 7 deixaram de usar sua droga habitual. Desde então ele passou a divulgar esse potencial terapêutico em todo o mundo. O que resultou em inúmeros estudos científicos.

Um dos estudos realizados pela Universidade de São Paulo e publicado no jornal cientifico da Inglaterra constatou que a exemplo do que Howard Lotsof havia observado a mais de meio século, 70% das pessoas que participaram dessa experiência se viram sem a necessidade de consumir crack, cocaína...

Um artigo publicado em junho de 2019, onde observou-se o relato de usuários de opioides do México e da Nova Zelândia. Esse artigo constatou que além da ação química presente no uso da ibogaína, existe também uma ação fenomenológica, resultante de visualizações e ou sensações que levam a uma introspecção e tomada de consciência, por meio de autoconfrontações de atos envolvendo remorso e arrependimento pelas ações dos participantes em relação aos outros e também a liberação de sentimentos de culpas e inutilidade. Muitos participantes relataram sentir uma sensação de transformação espiritual.

O professor Rogério Moreira de Souza diretor do IBTA (Instituto brasileiro de terapias alternativas) já acompanhou mais de 4 mil pessoas tratadas por ibogaína, dos quais faziam uso regular de crack, cocaína, maconha, tabaco, álcool e outros. Ele afirma que esse processo de introspecção possível pela ibogaína, ocorre pelo o que o médico psiquiatra chileno e pesquisador Cláudio Naranjo chamava de estagio R.E.M do sono promovido pela ibogaína e não por um ato alucinógeno como alguns preconizam. O usuário de drogas se depara com seus próprios atos, perdas... isso pode levá-lo a uma força motivacional que pode impeli-lo a decisão de comprometer-se em sua recuperação e, como consequência ajudam a vencer o vício das drogas.

A diferença do tratamento em dependência química por ibogaína em relação as outras formas e práticas terapêuticas, deve-se ao fato de que, pela ibogaína, a ação terapêutica ocorre na química e neuroquímica do paciente, em contraposição ao que ocorre por exemplo nos métodos de internação. Vale ressaltar a importância da internação realizada pelas clinicas de dependência química, principalmente nos casos em que o adicto não tem controle sobre seu comportamento, a ponto de impedi-lo de tomar uma decisão consciente no que se refere a sua recuperação. Por outro lado, o simples ato de internar um dependente químico, pode ser comparado ao mesmo que internar uma pessoa no Spa. É claro que enquanto internado a pessoa emagrece, porém, o comportamento, a condição química e toda rede neural do mesmo ainda é igual, o que faz com que essa pessoa ao sair da internação na maioria das vezes volte a recuperar todo o peso emagrecido, pelo simples fato de que agora exposto as tentações e possuindo o mesmo comportamento, ele volta a perder o controle e volta aos velhos hábitos.

Na dependência química não é diferente, o simples ato de internar sem mudar a química cerebral e criar uma ação de introspecção, que gere a mudança de comportamento, é impossível chegar o resultado satisfatório. A ibogaína no tratamento volta a ativar a capacidade de produzir dopamina e serotonina, ou seja, o hormônio e neurotransmissor do prazer. Se o paciente que outrora não sentia prazer em nada a não ser na droga, recupera a capacidade, no que se refere a dopamina e serotonina, de tomar a decisão de não buscar mais aquela ação e comportamento químico danoso.

Estudos de 2019 mostram que a ibogaína tem uma ação ativa sobre o GDNF (Fator Neurotrófico Derivado da Glia),  que traz como ação prática uma melhora do potencial biológico do ser, em outras palavras, a partir do momento que a pessoa passa pelo processo da ibogaína, a mesma recebe orientações para retomar ou desenvolver tarefas manuais, estudos acadêmicos, dedicação a relacionamentos, atividades físicas, entre outros pois, desta forma sobre o efeito deste potencial biológico a pessoa tem a possibilidade de alcançar resultados superiores aos até então alcançados. Resultando na melhora da autoestima e da autoconfiança que é abalada diante das tantas recaídas que resultaram em frustrações, arrependimentos.

Trabalhos recentes sugerem que os efeitos da ibogaína na autoadministração de álcool em ratos, estão relacionados à liberação do Fator Neurotrófico Derivado de Células Gliais (GDNF) na Área Tegmentar Ventral (ATV), uma região mesencefálica que hospeda o soma de neurônios dopaminérgicos.

Um tratamento por ibogaína eficiente depende mais do que apenas da sua importação e ingestão de cápsulas da substância. O estudo realizado pela Unifesp constatou que para alcançar os resultados constatados, depende também da prática terapêutica ou psicológica durante e após o uso da ibogaína, pois só assim a pessoa poderá adquirir ferramentas internas necessárias para não voltar mais aos hábitos antigos.

Seguir um protocolo de ingestão por 5 dias, o organismo absorve de forma gradativa e eficiente toda dosagem necessária, afinal, quando um médico prescreve um antibiótico por exemplo, o mesmo deve ser ingerido por vários dias. Dificilmente o profissional recomenda que todo antibiótico seja ingerido de uma só vez, até porque, se assim o fizer, a maior parte não será metabolizada e absorvida, e sim descartada pelo próprio organismo

Quanto aos riscos num tratamento por ibogaína, a segurança depende de profissionais qualificados para sua orientação, estar abstêmio de drogas por pelo menos 4 dias, para evitar interação das substancias e, passar por exames tais como: - eletrocardiograma, exames de sangue TGO, TGP e hemograma por exemplo, além de ser acompanhando por uma equipe médica qualificada durante toda dosagem. Dessa forma toda segurança necessária possível pode ser alcançada privando assim a família do arrependimento, se no caso uma dessas observações acima não forem seguidas à risca.

Alguns questionam quanto o fato da ibogaína ser ou não regulamentada no Brasil. A verdade é que a exemplo de outras práticas terapêuticas tais como acupuntura, homeopatia... a ibogaína carece de regulamentação, porém, da mesma forma das terapias acima citadas, o fato de não existir a regulamentação, não define a ibogaína ou qualquer outra terapia alternativa como sendo proibida. Afinal, para a substância ibogaína ser proibida, ela teria que constar na portaria 344 da ANVISA de substâncias prescritas, o que hoje não consta.

O parecer legal da agência reguladora é que a importação de produtos sem registro como ibogaína pode ser importado para o uso exclusivo de quem necessita, mediante a recomendação médica. Lembrando que 'é crime comercializar essa substância em território nacional'.

A ibogaína e o Chá do Daime são a mesma coisa? A verdade é que tirando o fato de que ambas são plantas de poder e portanto de grande efeito terapêutico para humanidade, suas semelhanças terminam aí. O Chá do Daime, ao contrário da ibogaína, oferece uma ação alucinógena intensa, já a ibogaína promove um sono R.E.M acordado, conforme escrito por Claudio Naranjo. Após um tratamento por ibogaína, recomenda-se por segurança que a pessoa que deseja participar de uma sessão de Ayahuasca, deve fazê-lo após 30 dias no mínimo do uso da ibogaína, para evitar interação química.

Os desconfortos comuns de quem passa por um processo por ibogaína são: tontura, enjoo que pode ou não resultar em vômitos além de tremores. Após o tratamento por ibogaína a pessoa precisa fazer acompanhamento terapêutico, atividade física, evitar exposição a lugares e locais de risco considerados gatilhos.

O Brasil sofre de uma pandemia em decorrência da dependência química. É o maior consumidor de crack no mundo, e o segundo maior em usuários de cocaína e conforme descrito pela Universidade Federal de Belo Horizonte, só na capital mineira, existe mais de 200 mil usuários de cocaína. Portanto, é importante não ignorar práticas terapêuticas de alto poder como a ibogaína, e sim incentivar várias práticas terapêuticas, até porque os métodos ortodoxos não têm conseguido deter esse crescimento descontrolado desta doença progressiva e fatal.

Existe em Brasília um projeto de lei para implantação do tratamento por ibogaína no SUS, que se um dia vier a ocorrer, possivelmente levará um longo tempo. Além dos estudos já realizados por inúmeras Universidades Brasileiras, no primeiro semestre de 2019 iniciou-se um estudo clínico e científico promovido por um pesquisador da USP (Universidade de São Paulo) com ibogaína, no tratamento do álcool, o que promete ser mais um avanço brasileiro no que se refere ao uso da ibogaína.

A doença da adicção é complexa e precisa de ações multidisciplinares. Acreditar que o simples fato de internar um indivíduo, engolir cápsulas, fazer uma sessão psicológica ou participar de um culto religioso alcançará a cura é um erro! Em outras palavras, a dependência química é nativa do ser humano. Todo ser humano ao nascer necessita de uma substância chamada oxigênio e, em seguida do leite materno, de água, de luz solar, etc.. Portanto a dependência química é algo biológico e necessário à sobrevivência humana. Porém, quando deliberadamente recebe uma substância ilícita como crack, cocaína, etc, esta informação é indexada nesse programa biológico do qual passa a interpretar que essas substâncias também fazem parte do hall de sobrevivência e na ausência da mesma, o corpo entra em fissura.

A ibogaína atua nesse ponto! Ela recupera a informação desse sistema, agindo como se fosse um antivírus de computador, removendo o que é desnecessário e destrutivo. Mas para o sucesso na recuperação precisa se levar em consideração, o contexto genético da adicção, o controle comportamental, microbiano, climático, a dependência térmica e as questões sociais e familiares, além das crenças limitantes. Em outras palavras é necessária uma equipe multidisciplinar, para alcançar melhores resultados nessa doença sistêmica e complexa, afirma - Rogerio Moreira de Souza, fundador e diretor do IBTA.

O IBTA é uma referência nacional e mundial nessa forma de atendimento e orientação, inclusive foi premiada por dois anos consecutivos pelo The Winner Awards, por ser o melhor tratamento de dependência química no mundo, e também premiado pelo Latin American Quality Institute como melhor tratamento e orientação por ibogaína da América do Sul, por possuir equipe altamente qualificada e formada nas principais instituições do Brasil. Atuante desde 2001 conta com mais de quarenta recursos de terapias diferentes.



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