A história dos direitos dos trabalhadores 

Rodrigo Leal

A história nos ensina que nenhum direito é conquistado sem luta e, em grande parte deles, as batalhas foram muito mais dolorosas e violentas do que os costumeiros debates entre deputados e senadores que costumamos acompanhar no Congresso Nacional. No dia 1º de maio de 1886, um evento histórico ocorreu em Chicago, nos Estados Unidos, que mudaria para sempre a luta pelos direitos trabalhistas. Os trabalhadores, exaustos pela jornada de trabalho de até 17 horas, iniciam uma greve geral em busca de melhores condições de trabalho. 

Durante os dias que se seguiram, a manifestação continuou pacífica, até que no dia 04 uma bomba explodiu, matando um policial e deixando outros sete feridos. O evento ficou conhecido como a Revolta de Haymarket e se tornou um dos episódios mais vergonhosos da história dos Estados Unidos. 

A polícia reagiu de forma violenta, o que resultou na morte de quatro trabalhadores e em mais de cem prisões. Oito trabalhadores foram acusados de conspiração, mesmo sem qualquer prova de que eles fabricaram uma bomba. Sete deles foram condenados à morte, sendo quatro enforcados no dia 11 de novembro de 1887, que ficou conhecido como Black Friday. Um dos acusados ​​cometeu suicídio na prisão. 

Contudo, em 1893, após novas investigações, ficou comprovado que todos os manifestantes presos eram inocentes, inclusive aqueles que haviam sido penalizados com a morte. Os trabalhadores que sobreviveram a esse infeliz episódio, foram inocentados e reabilitados.  

Essa história é apenas uma, entre tantas, que nos mostram que nenhum dos nossos direitos foram conquistados sem a coragem e a luta das gerações que vieram antes de nós. Por isso, constantemente se faz importante refletir sobre as conquistas que já foram alcançadas pela classe trabalhadora e para reafirmar a necessidade de continuar lutando por melhores condições de trabalho e direitos trabalhistas justos e equitativos. Pensar o direito dos trabalhadores é fundamental em todo o mundo e uma constante oportunidade para honrar aqueles que sacrificaram suas vidas por uma causa justa. 

(*) Jennifer Manfrin é advogada, especialista em direito aplicado e professora tutora nos cursos da Pós-graduação em Direito do Centro Universitário Internacional Uninter.