05/07/2019 às 10h58min - Atualizada em 05/07/2019 às 10h58min

Briga entre cunhados por disputa de terreno termina com um morto

Rafael Coimbra foi atingido nas costas após ver que uma tubulação de esgoto havia sido colocada em seu quintal

O Dia
Arquivo Pessoal
"Revoltada" Assim se sente a professora Ana Beatriz Machado, de 27 anos, após presenciar a morte do marido, o pedreiro Rafael Coimbra, 38, na tarde de quinta-feira (04), em Magé, na Baixada Fluminense. Rafael foi morto com um tiro nas costas pelo próprio cunhado, por causa da disputa do terreno que divide a casa deles, na Rua 15, no bairro Jardim Santo Antônio.

A professora conta que quando o marido chegou em casa do trabalho percebeu que o cunhado tinha passado um cano de esgoto pelo quintal da casa deles. Ele foi empurrar a tubulação para o quintal vizinho, quando foi alvo dos tiros.

"Ele veio armado, mirou na cabeça do Rafael, atirou, mas não acertou. Foi quando meu marido correu e ele ativou novamente acertando ele pelas costas", Ana Beatriz narra, bastante emocionada.

De acordo com a professora, depois do crime, o autor dos disparos fugiu do local. A família tentou socorrer Rafael no Hospital Municipal de Magé, mas ele já chegou à unidade sem vida. Ainda no quintal do casal, Ana afirma que viu quando o marido "deu a ultima respirada, virou os olhos e morreu".

IRMÃ NEGLIGENTE

A professora acusa a própria irmã de Rafael de ter sido negligente no caso, não protegendo o irmão. "Depois dos tiros, ela disse que o problema era dos dois e que não tinha nada a ver com isso", reclama, dizendo que a cunhada teria se negado a entregar fotos do pedreiro aos policiais que a procuraram.

Tanto a Polícia Militar quanto a Civil foram acionadas para o caso. O 34°BPM (Magé) informou que quando chegou ao endereço já encontrou Rafael sem vida. Já a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) fez a perícia no local e investiga o caso.

"Os policiais passaram a noite no meu bairro procurando pelo assassino. Os agentes acham que ele ainda está em Magé ou pelas redondezas na casa de algum parente, porque a região foi cercada", a professora afirma.

Em meios às investigações do crime contra o marido, Ana ainda pensa em uma forma de contar que Rafael morreu para a filha de oito anos do casal, que estava juntos há 10 anos. A menina ainda não sabe da morte do pai e pergunta por ele a todo o momento.

"Ela questiona porque eu estou com o celular dele, e fica ouvindo a música preferida dele. Ela desconfia, mas a gente desconversa e muda de assunto", a mulher diz, avisando que em breve dará a triste notícia à criança.

BRIGA RECENTE

A discussão pelo terreno entre os cunhados é recente. Ainda segundo a professora, o marido vendeu o terreno da casa ao lado para a irmã há cerca de dois anos. A transação teria sido feita "de boca", através de um acordo entre os dois. "Ela estava ciente do pedaço do terreno. Quando se casou com esse rapaz, ele começou a crescer o olho e dizer que a medida daria na nossa sala. Foi quando começou essa briga", relembra.

A professora diz que o marido defendia um acordo entre eles, sem a necessidade de briga. Mas ela não imaginava que o impasse seria o motivo para uma tragédia.

"Eu estou revoltada, triste, muito triste, porque destruíram minha família. Ele era um trabalhador, batalhador, homem bom, amado por todos e não merecia isso. Eu só quero justiça. Quero os dois na cadeia, porque a irmã dele é cúmplice", pede.

Na manhã desta sexta-feira (05), a família estava preparando os documentos para marcar o enterro do pedreiro. O corpo de Rafael foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Itaboraí.

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