31/01/2023 às 09h03min - Atualizada em 31/01/2023 às 09h03min

Eleições para presidência da Alerj têm racha do PL

Jornal Aurora - Redação
EXTRA
Antes mesmo do início da nova legislatura, os corredores da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) já estão movimentados. O motivo são as negociações para a eleição da mesa diretora e da presidência da Casa, que pesam ainda nas escolhas das vagas nas comissões da Alerj. Até a última semana, era quase pacificado que Rodrigo Bacellar (PL) seria o único a apresentar uma chapa para concorrer ao cargo mais importante da Alerj. No entanto, nos últimos dias aqueceu o movimento para Jair Bittencourt (PL) também se candidatar à presidência, o que representa um racha no maior legenda da Assembleia, com 17 deputados.

Nesta quarta-feira, os 70 deputados eleitos serão empossados. No dia seguinte, ocorrerá a eleição para a mesa diretora. Os dois possíveis candidatos à presidência são do Partido Liberal e também do primeiro escalão do governo Claudio Castro. Rodrigo Bacellar é secretário de Governo, e Jair Bittencourt comanda a pasta de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento. Até a noite de segunda-feira, ao menos cinco deputados do PL teriam concordado em apoiar Jair Bittencourt.

O racha do partido é tema de debates e reuniões nos últimos dias entre os deputados, que buscam, de um lado e de outro, converter votos. Na tarde de segunda-feira, Rosenverg Reis (MDB) declarou apoio a Rodrigo Bacellar em suas redes. O deputado é irmão de Washington Reis, atual secretário de Transportes do Rio e aliado de Claudio Castro.

Essa não é a primeira vez que uma possível candidatura de um correlegionário de Bacellar à presidência da Alerj é levantada. Em dezembro, o nome de Bittencourt e de Dr. Serginho eram ventilados no partido. No entanto, uma reunião um dia antes da diplomação dos deputados teria selado o acordo de toda a bancada para o atual secretário de Governo ser o único a apresentar candidatura. Nas redes sociais, em 15 de dezembro, dia da reunião da bancada do PL, Jair Bittencourt publicou uma mensagem de apoio a Bacellar: "Nosso partido PL segue unido", escreveu.

O principal ponto que levou à retomada de uma candidatura alternativa a Bacellar foi, segundo deputados ouvidos pelo EXTRA, a falta de cumprimentos de acordos com parte da base aliada do governo na Assembleia. Entre os pontos-chaves em disputa estão a composição das comissões da Alerj.

Em dezembro, a disputa na Alerj foi um dos entraves na montagem do secretariado de Claudio Castro. Na ocasião, o União Brasil, partido do vice-governador Thiago Pampolha, tentava um acordo com o governo para ter Marcio Canella como candidato à presidência. O partido cobrava o cumprimento de um acerto feito na escolha de Pampolha para a chapa de Castro. Ao longo das negociações, Canella, deputado mais votado da Alerj, abriu mão da candidatura.

Indiretamente, Claudio Castro já apoiou a candidatura de Bacellar. Na diplomação, o governador afirmou respeitar a separação dos poderes, mas ficaria "extremamente feliz" se seu secretário de Governo fosse o eleito. Na sua posse, em 1º de janeiro, Castro agradeceu nominalmente três integrantes de seu primeiro escalão: Rodrigo Abel (secretário de Gabinete do Governador), Nicole Meccione (secretário de Fazenda) e Rodrigo Bacellar. O gesto foi entendido entre os deputados como um apoio para as eleições desta quinta-feira.

Xadrez político

Dos 70 deputados eleitos, 45 pertencem aos 14 partidos que compuseram a coligação de Castro. Já na esquerda, PT, PSOL, PDT, PSB e PCdoB têm, juntos, 17 deputados.

A candidatura de Jair Bittencourt é mais aceita entre as legendas de centro e centro-esquerda, que tentam também nos bastidores conquistar mais votos e construir uma chapa com 13 nomes para a mesa diretora. Apesar de ser do PL, Bittencourt agrada mais os partidos de oposição ao governo por ser um parlamentar que teria um perfil próximo ao do atual presidente André Ceciliano. Nos últimos dois anos, o provável candidato ocupou 1ª vice presidência da Casa.

Pelo apoio a Bittencourt, deputados que tentam converter os votos tentam negociar com as legendas de oposição mais cadeiras nas comissões da Alerj. Já os deputados ligados a Bacellar apostam que partidos de esquerda vão preferir se abster a votar em um candidato do PL, legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ao todo, a Assembleia possui 37 comissões permanentes. A mais importante é a de Constituição e Justiça, por qual todos os projetos de lei precisam passar. A de Orçamento é outra chave, pois emite parecer sobre as contas do governo todos os anos. O número de cadeiras que cada legenda ou frente parlamentar terá é feito pelo quociente partidário , que considera o número de membros e o de deputados por partido. Porém, cabe ao presidente escolher como será a distribuição entre as comissões.

Além de convocar audiências públicas e analisar os projetos que permeiam aquela comissão, os integrantes podem solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão.

Nas contas dos apoiadores de Rodrigo Bacellar, o deputado continua sendo o favorito para a disputa. Durante as negociações foi criado um bloco parlamentar de 13 deputados integrantes de partidos que elegeram poucos representantes. Juntos, o grupo teria a segunda maior bancada da Alerj, o que influenciaria a divisão das cadeiras das comissões.

Já os parlamentares ligados a Bittencourt afirmam já ter apoio de mais da metade da bancada governista. E, com os votos da oposição, a futura chapa alternativa já teria números suficientes para a vitória.


 
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