As atividades na Escola de Aprendizagem Inclusiva (EAI), que funciona na Cidade da Criança Zilda Arns, serão retomadas no dia 6 de fevereiro, seguindo a abertura do ano letivo de 2023 na rede municipal de ensino. E a programação de retorno já conta com uma novidade: oficinas de musicalização para os alunos inseridos na unidade. Cerca de 100 crianças e adolescentes devem ser contemplados inicialmente, de acordo com o secretário de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct), Marcelo Feres.
"A música é capaz de estabelecer conexões entre a mente e o corpo, ao influenciar no desenvolvimento de várias habilidades, ao ajudar de maneira efetiva a todos que tenham o contato com ela. Por isso, vamos oferecer mais esse serviço na Cidade da Criança. Nosso objetivo é despertar e incluir crianças e adolescentes típicos e atípicos no convívio social, familiar e escolar. A musicalização estimula a sensibilidade, autoestima, o gosto pela arte, a socialização, dentre tantas outras habilidades", afirmou o secretário.
Segundo a assessora técnica da Seduct, Catia Mello, as oficinas acontecerão em dois turnos (manhã e tarde) e cada criança participará duas vezes por semana. “Não se trata de musicoterapia, e sim, de oficinas para aprenderem a tocar instrumentos como teclado, percussão, violão, flauta e outros instrumentos de sopro, por exemplo. Poderão participar as crianças assistidas na Escola de Aprendizagem Eficiente conforme encaminhamento feito pela rede municipal de ensino. Os alunos que já estavam sendo atendidos na EAI no ano passado continuarão ainda este ano conosco e vamos abrir novas vagas”, informou.
A coordenadora do Departamento de Educação Especial Inclusiva, Carolina Carmo, fonoaudióloga e doutora em Cognição e Linguagem, acrescentou que a musicalização tem grande importância para o desenvolvimento dos estudantes. “A música desperta a socialização, a capacidade de expressão, a coordenação motora, a percepção sonora e matemática. Tudo isso de forma lúdica e divertida. Queremos aproveitar o potencial artístico dessas crianças e adolescentes”, assegurou.
Um dos professores é Lucas França, com formação musical cristã pela Faculdade Batista do Rio de Janeiro e Licenciatura em Música pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF). Outra colaboradora será e a professora Tamara Santos, estudante de letras do IFF e professora de música.
Além das oficinas, a Cidade da Criança criou, no ano passado, o Coral da Convivência Inclusiva que também conta com apoio do professor Lucas e dos profissionais do equipamento. Para Lucas, a música é uma linguagem universal, ela desfaz a diferença entre os indivíduos, unifica e aproxima os povos.
"A música veio para superar as diferenças e trazer algo em comum entre nós: o desejo de expressar os sentimentos fraternos presentes entre típicos e atípicos, ultrapassando a barreira dos diagnósticos e fortalecer o grito de inclusão presente no semblante de cada pai e mãe dos nossos pequenos. A prática da musicalização no espaço que temos impulsiona o aprendizado, somatiza no desenvolvimento cognitivo-comportamental e na motricidade das crianças, estimulando a criatividade e tornando possível todo tipo de manifestação artística, desprendido de paradigmas tradicionais, trazendo a música pela música", destacou o professor.
OUTRAS OFICINAS – A Seduct também está garantindo oficinas para os colaboradores da Cidade da Criança, como a de Boas Práticas na Educação Inclusiva, de deficiência auditiva e deficiência visual. O objetivo é fornecer informações acerca da convivência inclusiva e promover a reflexão dos trabalhadores sobre essa temática, visando garantir um melhor atendimento para crianças e adolescentes típicos e atípicos. Também tiveram início, no ano passado, oficinas de meditação para os pais dos alunos, dentre outras ações.