28/06/2019 às 08h53min - Atualizada em 28/06/2019 às 08h53min

Ameaçada, deputada Talíria Petrone diz que teve escolta negada por Witzel

Governo do RJ diz que se trata de um pleito na esfera federal e que o pedido deve ser analisado pela PF

G1
Ricardo Albertini / Câmara dos Deputados
A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) afirma que o governador do RJ, Wilson Witzel, negou escolta da PM para protegê-la de ameaças investigadas pela Polícia Federal. O governo estadual alega que a proteção seria de responsabilidade da própria PF.

Talíria contou ao G1 que a Polícia Federal identificou na Dark Web (uma camada abaixo da Deep Web) mensagens que colocavam em risco sua vida, e que foi orientada a solicitar providências ao Poder Executivo.

"Foi o que fizemos. A Polícia Federal diz que não pode fazer minha escolta porque não é um protocolo deles. Um ofício foi enviado pelo Rodrigo Maia ao governador, que foi negado", explicou a deputada.

Segundo a deputada, a solicitação para que agentes atuassem na sua segurança foi encaminhada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas o pedido foi negado por Witzel.

Talíria revela que tem um histórico de ameaças desde quando era vereadora de Niterói. Em abril deste ano, já deputada federal, uma dessas ameaças chamou a atenção da Polícia Federal, que enviou à Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados um pedido de providência. Desde então, ela anda com escolta em Brasília.

Entretanto, quando vai ao Rio de Janeiro, estado pelo qual foi eleita, Talíria circula sem segurança. Para a deputada, a ausência de escolta dificulta seu trabalho como parlamentar.

O governo do RJ diz que o pedido da deputada se trata de um pleito na esfera federal que deve ser analisado pela PF. "O gabinete concluiu que este deve ser verificado pela Polícia Federal e encaminhou à Superintendência da PF no Estado do Rio de Janeiro". (leia a nota na íntegra ao final da reportagem).

Agenda limitada

Por conta da insegurança, Talíria disse que tem limitado a sua agenda no Rio de Janeiro e que suas visitas em áreas de atuação são reduzidas.

"Quando estou no Rio conto apenas com um carro blindado que eu alugo. Não ter a escolta é muito ruim, pois sou impedida de exercer a função pela qual eu fui eleita", declarou.

O G1 procurou a Polícia Federal, mas até a última atualização da reportagem não obteve retorno.

Leia a nota do governo do RJ na íntegra:

"O pedido da deputada federal Talíria Petrone de escolta pessoal, por 24h, pelo tempo que esta permanecer nos limites do Estado do Rio, foi tecnicamente analisado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Por se tratar de um pleito na esfera Federal, o gabinete concluiu que este deve ser verificado pela Polícia Federal e encaminhou à Superintendência da PF no Estado do Rio de Janeiro.

A conclusão está amparada no inciso III, do Art. 1° do Decreto Federal n° 73.332, de 1973, normatizado pela Portaria do Ministério da Justiça de n° 13, de 2001. O GSI-RJ ressalta ainda que a parlamentar tem direito à proteção da Polícia Militar do Rio de Janeiro quando estiver no estado em missão oficial, assim como outras autoridades. O pedido deve ser solicitado com até 48h de antecedência, para ser autorizado pelo governador".

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