A Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), que faz parte do Norte Fluminense Transplante NF-Transplante) — vinculado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), com sede no Hospital Ferreira Machado (HFM) — viabilizou nos últimos 15 dias, três captações de órgãos. Um recorde em 10 anos de existência do setor, que somente em 2019, conseguiu realizar quatro captações. Nesta quarta-feira (26), a família de um homem de 34 anos que morreu vítima de um acidente moto decidiu doar os rins e o fígado dele para serem transplantados.
O procedimento foi realizado no Centro Cirúrgico do HFM, por meio da CIHDOTT em parceria com o Programa Estadual de Transplante. A equipe de médicos veio do Rio de Janeiro para captação. O aposentado Osmar da Silva Moreira, de 75 anos, pai do doador disse que o gesto é uma maneira de ajudar ao próximo.
"Para minha surpresa soube hoje que o meu filho em vida havia manifestado a intenção de doar os seus órgãos. Queria ressaltar também o excelente atendimento de toda equipe do Hospital Ferreira Machado, desde atendimento até os médicos. Fui tratado com muito respeito por todos", contou o aposentado.
O psicólogo do CIHDOTT Luís Antônio Cosmelli explicou que existe um protocolo a ser seguido. Após o diagnóstico, através de exames específicos, a família da vitima é consultada e orientada sobre o processo de doação de órgãos.
"Quando todo o protocolo está fechado pela equipe médica do HFM, o setor que tem uma equipe multidisciplinar entra em contato com a família e após a autorização, nós entramos em contato com o Programa Estadual de Transplante que coleta os órgãos e encaminham para capital. Esses órgãos são encaminhados para os pacientes que estão na fila de doação", explicou Cosmelli, completando que a busca ativa do NF-Transplantes, hoje denominado como CIHDOTT, começou em 1992, inclusive como primeiro movimento de busca por órgãos para transplante no Estado do Rio, formalizado, mais tarde, por decreto municipal pela Câmara de Vereadores de Campos em 1997.