De acordo com o texto entregue pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), o teto de gastos poderá estourar por volta dos 198 bilhões, sendo que, destes, 175 bilhões seriam somente para o programa Bolsa Família (atual Auxílio Brasil).
Essa preocupação com a extrapolação do limite no teto de gastos, cresceu ainda mais após as falas do presidente eleito Lula, onde disse, durante discurso na COP27 que “se cair a bolsa e aumentar o dólar, paciência.”.
Toda essa “movimentação” girando em torno da PEC da Transição fez o dólar chegar a R$ 5,50 enquanto o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo, chegou a recuar em 2,36% nos últimos dias. Para Luciano Bravo, CEO da Inteligência Comercial e Country Manager da Savel Capital Partners, as ações decorrentes da PEC de Transição estão se tornando um “pesadelo” para a nossa instabilidade econômica.
"O futuro presidente tem a responsabilidade de transmitir confiança aos empresários e investidores externos, quando tem estas falas que muitas vezes levam para o lado do não controle dos gastos financeiros, causa uma grande preocupação ao mercado financeiro como um todo. Isso afeta diretamente os bancos e causa um estresse no mercado de crédito, principalmente nas fintechs que operam P2P pois seu capital para emprestar ao cliente tomador, vem justamente de investidores que estão desconfortáveis com o atual momento." - comenta Luciano Bravo, da Inteligência Comercial.
Diante do aumento de críticas da proposta apresentada, a equipe de transição passou a intensificar, com intuito de “acalmar” o mercado, de que buscará medidas como reversão de isenções tributárias, avaliação periódica de gastos e até pente-fino em contratos. Falta, no entanto, detalhamento dessas medidas e promessas concretas, para que se possa começar a falar em afastar essa desconfiança.
Mesmo com toda essa movimentação negativa dentro do nosso país por conta das incertezas trazidas pela PEC da Transição, ao que parece, o estrangeiro não tem tanto medo da eleição de Lula.
De acordo com levantamento realizado pela TradeMap, mesmo em queda, cerca de R$ 2,4 bilhões de reais recebidos pela Bolsa brasileira, vieram a partir de capital estrangeiro, entre a eleição do petista e o último dia 24.
"O mercado de crédito internacional continua aquecido e está buscando cada vez mais possibilitar que médias e grandes empresas tenham acesso a esta modalidade de crédito internacional. Apesar dos desafios do nosso país dentre os emergentes, nós continuamos sendo o mais interessante ao investidor externo.", pontua Luciano Bravo.
Mesmo com o fato de a PEC de Transição estar causando constantes oscilações nos pregões da B3, inclusive para o fluxo de capital estrangeiro, e apesar de o ruído político com o novo governo ainda estar muito presente, a tendência, segundo Luciano Bravo, é que o fluxo de capital estrangeiro continue positivo.
"Vemos o crédito internacional como única alternativa ao empresário brasileiro, para que ele possa ter o valor necessário para desenvolver seus projetos e continuar crescendo. Continuamos com nossa missão que é de levar informação de crédito internacional ao empresariado.", finaliza Luciano.