Estudos realizados em diferentes países e áreas de conhecimento têm buscado analisar como investimentos públicos na primeira infância - fase dos 0 aos 6 anos - podem gerar retornos positivos não apenas para a criança e sua família, mas também para toda a sociedade e o Estado em termos econômicos.
De acordo com a “Equação de Heckman”, criada pelo professor James Heckman, da Universidade de Chicago e Prêmio Nobel de Economia, políticas públicas para a primeira infância reduzem doenças, elevam o nível escolar, além de aumentar a taxa de emprego entre adultos. O Lunetas, espaço 100% dedicado à reflexão sobre as infâncias, lista os 4 principais motivos pelos quais o investimento na primeira infância deve se tornar prioridade absoluta no Brasil.
Custo-benefício
Investir na infância fará o Estado economizar no futuro, já que promoverá um aumento nos domínios cognitivo, afetivo e social das crianças. Ainda segundo Heckman, com base nos dados do programa Perry Preschool, o País pode obter um retorno anual de 7% a 10% do investimento realizado na primeira infância. A pesquisa ainda estimou em US$48 mil os benefícios por criança para a sociedade.
Redução de efeitos negativos
Da mesma maneira que ações como a construção de vínculos afetivos e brincadeiras na infância podem promover resultados positivos no futuro, fatores de risco, como negligência, violência e falta de acesso à educação podem ter efeitos terrivelmente negativos. Por isso, o Estado precisa investir e garantir que exista um equilíbrio entre efeitos negativos e positivos, reduzindo adversidades, minimizando impactos negativos e oferecendo suporte.
Combater a desigualdade social
A desigualdade social sempre foi um tema preocupante na maior parte do mundo e a covid-19 piorou a situação. Embora as consequências ainda sejam imprecisas, um estudo publicado em 2021, na The Lancet, estima que o fechamento de pré-escolas durante a pandemia pode levar aproximadamente 10 milhões de crianças a ficarem “fora do caminho” de desenvolvimento saudável, o que pode significar US$ 308 bilhões em perdas de aprendizado ao longo da vida. A única maneira de combater este cenário é o forte investimento já na primeira infância, com lideranças políticas que coloquem os pequenos como prioridade, pensando em um Brasil melhor para todos.