28/10/2022 às 15h46min - Atualizada em 29/10/2022 às 00h00min

Reabilitação pós-AVC ajuda pacientes a retomarem a qualidade de vida

Clínicas de transição e instituições de longa permanência colaboram na recuperação do bem-estar e da independência após Acidente Vascular Cerebral

SALA DA NOTÍCIA Redação

Segundo dados do Ministério da Saúde, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda causa de morte e a primeira de incapacidade no Brasil. Cerca de 30% dos sobreviventes estão sujeitos a conviver com alguma dificuldade física, de linguagem ou visual.

Existem dois tipos de AVC, sendo o isquêmico o mais comum, representando 85% de todos os casos. Ele ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Outro tipo é o hemorrágico, responsável por 15% de todos os casos de AVC. Acontece quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia.

O AVC apresenta como principais sintomas o início súbito de fraqueza ou formigamento na face e membros, especialmente em um lado do corpo, dor de cabeça intensa (sem causa aparente), tontura, confusão mental e alterações visuais. Quando atinge a parte central de comando do cérebro, pode deixar sequelas, entre elas a perda da mobilidade e a dificuldade na fala.

No Brasil, a doença afeta principalmente adultos acima de 60 anos que, muitas vezes, recebem alta do hospital após um quadro de AVC, mas não estão 100% prontos para retornarem para casa. Por isso, a reabilitação é fundamental para que o paciente recupere a capacidade motora ou cognitiva.

De janeiro a setembro de 2022, a Sainte-Marie, clínica de transição com mais de 20 anos de atuação em São Paulo, lidou com mais de 30 pacientes que tiveram um Acidente Vascular Cerebral. 

“Os pacientes que tiveram algum tipo de AVC podem apresentar sequelas que atrapalham a convivência no dia a dia, como alterações na fala, na compreensão, na leitura e na escrita, que dificultam a comunicação, além de alterações motoras, que prejudicam a mobilidade e a realização de atividades diárias”, esclarece o Dr. Felipe Vecchi, diretor médico da BSL Saúde.

“A reabilitação é indicada após a fase aguda e quando já se esclareceu a causa do AVC. Após essa etapa e com o paciente estável clinicamente, iniciam-se os atendimentos de reabilitação, que devem ser individualizados para cada paciente”, explica Kauã Cunha, fisioterapeuta que faz parte da equipe interdisciplinar da Clínica Sainte-Marie.
 

Reabilitação e tratamento

Na fase aguda, a avaliação neurológica é fundamental para identificar os danos sofridos e as incapacidades apresentadas. A partir disso, a equipe de reabilitação inicia o planejamento terapêutico, visando atender às necessidades específicas daquele paciente. 

A reabilitação tem especificidades próprias e uma duração variável, devendo ser iniciada o mais cedo possível, ainda no internamento hospitalar, mas com continuidade após a alta, pois ajuda significativamente na recuperação das funções e capacidades perdidas. É uma etapa que deve ocorrer com o apoio de uma equipe interdisciplinar que seja rigorosa e tenha à disposição estruturas adaptadas, propícias para auxiliar o paciente ao longo de sua recuperação.

As clínicas de transição são indicadas para pacientes em que o tratamento em casa ainda não é possível, ou seja, que precisam de um acompanhamento personalizado, cuidados profissionais continuados, como terapia medicamentosa, fisioterapia, fonoaudiologia, ou outras prescrições médicas.

No caso de pacientes acima dos 60 anos, dependendo da sequela decorrente do AVC, muitos optam pela ida a uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI). Lá encontram um apoio importante no processo de reabilitação, uma vez que esse grupo necessita de cuidados específicos para se manter ativo socialmente, fisicamente e cognitivamente. Em instituições como a Cora Residencial Senior e o CIAI – Centro Integrado de Atendimento ao Idoso, a infraestrutura tem sido grande aliada para pacientes pós-AVC. 

“Os residenciais possuem diversos recursos que proporcionam um ambiente confortável e seguro, adaptado para este perfil de paciente, além de uma equipe treinada para os cuidados e a possibilidade de atividades de socialização”, esclarece a médica geriatra Dra. Ana Catarina Quadrante, Coordenadora Médica da Cora Residencial Senior e CIAI.

Com o prognóstico de recuperação funcional do paciente são definidos os objetivos e as escolhas de intervenções terapêuticas. “Os resultados que serão obtidos com os programas de reabilitação são fortemente influenciados por determinados fatores, para além da extensão e localização do AVC. É importante a adoção de cuidados individualizados com cada um dos pacientes”, finaliza Ana Catarina.


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