24/10/2022 às 10h04min - Atualizada em 24/10/2022 às 10h04min

Cinegrafista da Inter TV é agredido por apoiadores de Roberto Jefferson

Rogério de Paula, de 59 anos, levou um soco, caiu no chão e bateu a cabeça. Ele foi levado a hospital para exames e ficará em observação até esta segunda-feira (24).

Jornal Aurora - Redação
G1
O repórter cinematográfico Rogério de Paula, da Inter TV, afiliada da TV Globo, foi agredido neste domingo (23) por apoiadores do ex-deputado federal Roberto Jefferson e do presidente Jair Bolsonaro (PL) em Comendador Levy Gasparian, no interior do Estado do Rio.

Rogério, de 59 anos, levou um soco, caiu no chão, bateu a cabeça e teria tido um início de convulsão. A câmera que ele usava quebrou.

O cinegrafista foi levado para o Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Três Rios, onde passa por exames. Ele está lúcido e não há sangramento.

A Inter TV informou que vai registrar de um boletim de ocorrência na delegacia. O agressor seria um homem de camisa verde.

Uma equipe da Polícia Militar chegou a abordar os agressores, mas eles foram liberados em seguida.

Em nota, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas do Rio repudiaram o ato de violência contra o profissional da Inter TV.

“A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e o Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro repudiam e condenam mais esse ato de violência contra um trabalhador da mídia. Ao mesmo tempo, cobram das autoridades a apuração e punição do agressor.”

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) condenou a agressão ao repórter.

“A Abraji se solidariza com o repórter cinematográfico Rogério de Paula e toda equipe da InterTV. Espera que as autoridades fluminenses investiguem com celeridade a agressão ao cinegrafista. É inadmissível que profissionais de imprensa sejam impedidos de realizar o seu trabalho de levar informações de interesse público para a sociedade.”

Jefferson desrespeita ordem de prisão

O ex-deputado Roberto Jefferson desrespeitou uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e resistiu à prisão neste domingo. A prisão foi ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes após ele descumprir medida de prisão domiciliar, aparecer em redes sociais e xingar a ministra Cármem Lúcia.

Inconformado, ele atacou policiais federais com fuzil e granadas que foram a Comendador Levy Gasparian cumprir a ordem da Justiça.

Dois policiais foram feridos por estilhaços, sem gravidade. O delegado Marcelo Vilella, que teria sido atingido na cabeça e na perna, e a policial Karina Lino Miranda de Oliveira, de 31 anos, ferida na cabeça. Os dois foram atendidos em um hospital da região e já tiveram alta.

Prisão domiciliar

Jefferson, investigado no inquérito que apura atividades de uma organização criminosa que teria agido para atentar contra o Estado Democrático de Direito, atualmente cumpre prisão domiciliar.

Uma das medidas que ele deveria cumprir na prisão domiciliar é não participar de redes sociais. Nos úlitmos dias, surgiu um vídeo em que o ex-deputado profere ofensas de baixo calão contra a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao reclamar de decisão tomada por ela.

Nota da Polícia Federal
“A Polícia Federal informa que, na data de hoje (23/10), cumpre mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal, na cidade de Levy Gasparian, no estado do Rio de Janeiro.

Durante a diligência, o alvo do mandado reagiu à ordem de prisão anunciada pelos policiais federais. Na ação, dois policiais foram feridos por estilhaços de granada arremessada pelo alvo e levados imediatamente ao pronto socorro. Após o atendimento médico, ambos foram liberados e passam bem.

A equipe da PF foi reforçada e os policiais permanecem no local com o objetivo de cumprir a determinação judicial.”


 
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