20/10/2022 às 11h55min - Atualizada em 20/10/2022 às 11h55min
Polícia prende 6 em operação contra maior quadrilha de clonagem de veículos roubados do RJ
Polícia Civil do RJ prendeu nesta quinta-feira (20) seis pessoas na Operação Klon, contra a maior quadrilha de receptação e clonagem de veículos roubados do RJ.
Uma das presas é Hortência de Barros Walter, ex-funcionária de uma prestadora de serviço terceirizada do Detran. Segundo as investigações, Hortência desviava espelhos — matrizes de documentos nas quais dados são impressos — do departamento para o bando.
Os criminosos agiam nas regiões Metropolitana, dos Lagos, Norte e Noroeste fluminenses, além dos estados de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais.
Agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis saíram para cumprir, no total, 17 mandados e prisão e 70 de busca e apreensão.
Documentação ‘quente’ A investigação começou em agosto de 2017, com a prisão em flagrante por receptação de Sílvio Ricardo Martins Aguiar, com um Kia Cadenza clonado.
“A gente verificou que o documento que ele estava utilizando era original do Detran, embora fosse um carro clonado”, explicou o delegado Angelo Lages. “Isso chamou muita atenção.”
Quase todos os sinais identificadores do veículo tinham sido adulterados, menos o número do motor — o que permitiu descobrir que o carro era roubado.
“A partir daí, começamos a investigar porque já suspeitávamos que havia alguém de dentro do Detran envolvido com essa organização criminosa. E de fato, nós chegamos a essa funcionária”, emendou Lages.
“Esses carros eram vendidos com essa ‘documentação quente’, que dava todo um ar de legalidade”, frisou.
Com autorização da Justiça, a polícia extraiu dados do celular de Ricardo e, no decorrer das investigações, teve acesso a 13 mil ligações e trocas de mensagens.
Como era o esquema
De acordo com a polícia, havia três formas de receptação:
1.Carros roubados pelo tráfico de drogas, “comprados” por R$ 1 mil, em média;. 2.Veículos alugados de locadoras e não devolvidos; 3.E o “golpe do seguro”, quando o proprietário alegava ter sido furtado, recebia a indenização e repassava o automóvel.
Os clonadores, na sequência, adulteravam a numeração do chassi, do motor e dos vidros e conseguiam, com a funcionária do Detran, os documentos frios, que embasariam a revenda.