Por meio da Lei nº 13.430, de 31 de março de 2017, o terceiro sábado do mês de outubro, de cada ano, é conhecido por celebrar o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, que tem como objetivo enfatizar a importância do diagnóstico e do tratamento adequado da doença, especialmente na gestante durante o pré-natal.
Em Campos, o Programa Municipal DST/Aids e Hepatites Virais, que funciona no Centro de Doenças Infecto-Parasitárias (CDIP), registrou de janeiro a agosto deste ano 47 casos de sífilis congênita (transmitida da mãe para o feto). Já em 2021, foram registrados 122 casos e outros 228 de sífilis adquirida, que ocorre pelo contato sexual desprotegido com um parceiro (a) infectado (a).
De acordo com o coordenador do CDIP, Rodrigo Rodrigues de Azevedo, a conscientização sobre os riscos da doença, os métodos de prevenção durante as relações sexuais, o acompanhamento durante a gestação e o cuidado preventivo, como a testagem regular, são essenciais para evitar o contágio.
“O que temos observado é um aumento no número de casos de sífilis congênita, onde a gestante infectada, não tratada com penicilina benzatina ou inadequadamente tratada, transmite a bactéria para a criança. E as complicações vão desde aborto espontâneo, parto prematuro, má-formação do feto, surdez, cegueira, deficiência mental à morte ao nascer”, pontuou Rodrigo, informando que uma das atribuições do CDIP é aumentar a conscientização da população para uma doença curável, de fácil identificação e tratamento, mas que continua crescendo a cada ano.
Causada pela bactéria Treponema pallidum, a doença tem três estágios: Sífilis primária, secundária ou latente e terciária. A primeira fase é caracterizada por uma ferida única e indolor, com bordas bem definidas e endurecidas. A secundária inicia-se após a cicatrização da úlcera – normalmente a lesão cicatriza sem nenhum tipo de intervenção. Já a última fase é caracterizada por destruição tecidual e pode afetar os sistemas cardiovascular, nervoso e ósseo.
“A doença é de fácil prevenção e o teste para diagnosticar a sífilis deve ser feito na primeira consulta do pré-natal, idealmente no primeiro trimestre da gravidez, no início do terceiro trimestre (28ª semana) e no momento do parto (independentemente de exames anteriores), ou em caso de abortamento. Não tratar leva a graves consequências e quanto antes se começar o tratamento, melhor para a prevenção da transmissão vertical”, explicou o coordenador.
A Secretaria de Saúde disponibiliza testes rápidos para o diagnóstico das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) – HIV, sífilis, hepatites B e C, entre outras doenças relacionadas – nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e no CDIP, que funciona das 7h às 19h e está situado à Rua Conselheiro Otaviano, 241, Centro.
Para agendamento, a pessoa deve acessar o site oficial da Prefeitura (campos.rj.gov.br), fazer o cadastro e escolher uma das 28 UBSs disponíveis para o serviço, ou através do número de telefone do CDIP (22) 98173-0170, que também funciona WhatsApp.