“Os autores não mediram esforços para mostrar todos os tesouros, naturais e culturais, escondidos”, diz o fotógrafo e escritor Adriano Gambarini. Segundo ele, a edição – com 368 páginas – “é uma “encantadora homenagem” à região, “seja pelos olhares, gestos e tradições” do povo local, ou pelo registro de parte do seu patrimônio imaterial, “um passeio por manifestações culturais e religiosas”.
“... imagine um grande rio que percorre dois estados, [...] que atravessa o maior remanescente de Mata Atlântica do Brasil, com importância imensurável relativa a sua biodiversidade e sua beleza paisagística; que, apesar de, ao longo de seu trajeto de 470 quilômetros passar por nove municípios diretamente e tantos outros através de seus incontáveis afluentes, ainda consegue manter suas águas com relativa qualidade; que tem uma bacia hidrográfica gigante e abriga em suas margens um fantástico mosaico de culturas tradicionais.... aldeias indígenas, quilombos, pescadores, manifestações culturais das mais diversas, desde o fandango no litoral até o Tooro Nagashi na cidade de Registro, uma grande procissão fluvial em que os fiéis se atiram no rio para acompanhar Nossa Senhora do Livramento já ali no alto da serra; comidas tradicionais; um patrimônio arquitetônico único na cidade de Iguape [...]”, resumem os autores.
“Fizemos inúmeras viagens para a região, muitas delas antes mesmo de conceber este trabalho. Como espeleólogos, mapeando e fotografando cavernas no Alto Ribeira; ou desde criança acompanhando as embarcações” [...] “Nas diversas conversas que tivemos com moradores ribeirinhos entre 2014 e 2019, ouvimos histórias e causos que nos levaram a uma intimidade profunda...”.