23/09/2022 às 16h10min - Atualizada em 24/09/2022 às 00h01min

Início da primavera favorece quadros de alergia

Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) orienta sobre precauções a serem tomadas nessa estação do ano

SALA DA NOTÍCIA ABORL - CCF

Conhecida como a estação das flores, a primavera também é marcada pela prevalência de alergias sazonais, segundo a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF). Sintomas como espirros, obstrução nasal, tosse, coriza e coceira no nariz e nos olhos, se tornam frequentes nesse período.

“Quadros de alergias respiratórias costumam mudar com a troca das estações, devido às variações de temperatura, umidade, pressão atmosférica, ventos. Depois do outono e inverno, a primavera é a terceira estação com maior intensidade desses problemas”, explica Dr. Olavo Mion, membro do Departamento de Alergia da ABORL-CCF.

Nesse período, há aumento da concentração de pólen do ar, liberado das flores e das gramíneas e dispersado pelo vento, uma situação que acaba afetando as mucosas e vias aéreas, sendo capaz de desencadear crises de rinite alérgica, asma e conjuntivite, por exemplo.

Indícios recorrentes da rinite são coceira no nariz, corrimento nasal excessivo e obstrução nasal. Além de impactar o bem-estar do paciente.“A rinite alérgica não controlada ou não tratada prejudica o sono, o trabalho, o desempenho escolar, o esporte e toda a qualidade de vida do indivíduo é afetada” explica o Dr. Renato Roithmann, presidente da ABORL-CCF.

Já a conjuntivite pode estar associada com prurido nos olhos, hiperemia (aumento da quantidade de sangue circulante) nos olhos e lacrimejamento. “A rinite alérgica e a conjuntivite também podem estar relacionadas à asma, que é um quadro pulmonar muitas vezes alérgico com sintomas como falta de ar ou dificuldade de respirar (dispneia), tosse e chiado no peito”, especifica Olavo.
 

Prevenção e cuidados

A ABORL-CCF orienta para a adoção de cuidados, a fim de que a saúde não seja impactada com alergias típicas dessa estação. A melhor forma de prevenção é evitar o contato com as substâncias que desencadeiam esse problema.

“Se o indivíduo tem alergia a ácaros, não deve ter contato com poeira domiciliar. Se tem alergia a pólen, precisa evitar a exposição a esse agente nessa época da polinização. Evitar ambientes com fumaça, ou contato com cigarro, também auxilia na prevenção”, esclarece Mion.

Outra dica é fazer a lavagem nasal com soluções fisiológicas visando a remoção de agentes que irritam a mucosa interna do nariz. “Mas esse procedimento deve ser feito com orientação e acompanhamento médico, para que o método ou a medicação sejam adaptados conforme a condição clínica do paciente”, alerta Roithmann. Medicamentos específicos podem controlar e prevenir o aparecimento dos sintomas.

A ABORL-CCF ainda indica outros cuidados que podem ajudar a evitar as alergias típicas na Primavera:

- Mantenha as janelas de casa fechadas para evitar a entrada do pólen, principalmente no período da manhã. Mas é importante abri-las ao menos um pouco, uma vez por dia, para arejar o ambiente;

- Evite exercícios físicos pela manhã, pois a disseminação de pólen é maior neste período;

- O uso de óculos de sol ajuda a diminuir o contato dos olhos com o pólen;

- Ao lavar as roupas, evite deixá-las secando próximo a árvores ou canteiros de flores, pois o pólen suspenso pode se acumular nos tecidos.

- É importante limpar bem o filtro do ar-condicionado e fazer manutenção constante no aparelho;

- Animais de estimação também podem trazer o pólen no pelo. Evite deixá-los no quarto e mantenha frequentes os banhos dos pets.

- Mantenha os ambientes domiciliar e de trabalho sempre limpos. Prefira higienizar com pano úmido e evite varrer ou aspirar o chão, pois isso favorece que a poeira se espalhe no ar.

- Ao passar muito tempo ao ar livre, procure tomar banho e lavar os cabelos, pois o pólen adere ao corpo e nos fios.

“É importante consultar um médico para o correto diagnóstico e tratamento individualizado, além de alinhamento das medidas de prevenção. Evite a automedicação, principalmente, descongestionantes nasais que podem proporcionar alívio num primeiro momento, mas que, usados de forma indiscriminada, podem causar dependência”, finaliza Dr. Mion.


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