30/08/2022 às 15h56min - Atualizada em 30/08/2022 às 15h56min

Morte por varíola dos macacos em Campos: Especialista informa que não há motivos para pânico

Todos os casos com diagnóstico positivo para a doença têm histórico de viagem

Jornal Aurora - Redação
PMCG
Após a confirmação da morte de um paciente em decorrência de inflamação generalizada desencadeada por infecção pelo vírus monkeypox, em Campos, o subsecretário de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (Subpav), médico infectologista Rodrigo Carneiro, informa que não há motivos para pânico no município, já que não há casos autóctones, ou seja, com transmissão viral local. Todos os casos com diagnóstico positivo para a doença têm histórico de viagem.

O paciente, um homem de 33 anos, com comorbidades, morreu nesta segunda-feira (29) no Hospital Ferreira Machado (HFM), onde estava internado desde o início deste mês. Segundo o médico, anterior ao início dos sintomas, ele viajou para São Paulo e Natal, no Nordeste, cidades essas onde, possivelmente, teria tido contato com alguém com o vírus e se infectado.

“É importante a gente destacar que, o período de incubação da doença bate exatamente com as viagens. Ele iniciou os sintomas pouco tempo depois de retornar a Campos e isso faz com que descartemos a contaminação do vírus dentro da cidade”, reforçou o infectologista pontuando, também, que “a população não precisa ficar preocupada. Nós seguimos vigilantes e, a partir do momento que identificarmos a circulação do vírus dentro da cidade, nós iremos comunicar a todos”.

No momento, há em Campos três casos suspeitos. Os pacientes são monitorados diariamente e estão em isolamento domiciliar. Também têm três casos confirmados, um deles do paciente que veio a óbito, um já recebeu alta após tratamento e isolamento, outro segue em monitoramento e isolamento. Outros 11 casos foram descartados após exames laboratoriais.

“Estamos aguardando o resultado das amostras que foram coletadas dos três pacientes suspeitos e enviadas ao LACEN/RJ e nós seguimos acompanhando esses casos”, reforçou o infectologista, salientando que a principal forma para combater o vírus monkeypox é a vigilância contínua. “Esses pacientes, assim que identificados, devem ser colocados em isolamento domiciliar ou hospitalar, caso o quadro clínico necessite. Os seus contatos também devem ser rastreados”.

INTERNAÇÃO E MORTE – O paciente apresentou um quadro sistêmico, que de acordo com Rodrigo Carneiro, é compatível com o início da doença, como febre, prostração e dores pelo corpo. Poucos dias depois, apareceram as lesões características da varíola e, com isso, o diagnóstico provável à doença. Dessa forma, foram coletadas as amostras e enviadas ao Laboratório Central Noel Nutels (LACEN-RJ). Simultaneamente, o setor de epidemiologia da secretaria municipal de Saúde começou a fazer o rastreio, tanto do paciente como dos familiares e pessoas próximas a ele.

“O monitoramento é feito pelo telefone e havendo necessidade uma equipe se desloca até a residência do paciente. Nós rastreamos todos os contatos domiciliares ou próximos, como alunos em escolas e faculdades. Durante todo esse período de acompanhamento e monitoramento, não observamos o aparecimento de sintomas sugestivos em nenhum dos seus contatos”, ressaltou o médico.

No último dia 02, o paciente apresentou uma piora do quadro clínico, necessitando de internação, sendo encaminhado ao leito de isolamento do Setor de Doenças Infecto Parasitárias do Hospital Ferreira Machado (HFM). Durante a internação, o homem necessitou ser encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) tendo, inclusive, de ser entubado, mas não resistiu.

“É importante reforçar que seguimos vigilantes e aparecendo febre e dores pelo corpo, seguidas de lesões características (principalmente bolhas), esse paciente deve procurar a nossa rede de urgência e emergência para ser avaliado por um médico e, caso seja constatado a suspeita da infecção pelo monkeypox, ele será encaminhado para o Centro de Doenças Infecto Parasitárias (CDIP) para ser avaliado por um especialista”, informou Carneiro, frisando que a principal forma de transmissão é por contato próximo, principalmente íntimo, com pessoas infectadas.

“Recomendamos que, caso tenha uma pessoa com febre, mal-estar, preferencialmente, faça o isolamento dessa pessoa e evite o contato próximo com ela. E, aparecendo as lesões na pele, como bolhas, procure imediatamente o serviço de saúde, porque o diagnóstico precoce facilita o suporte que pode ser dado ao paciente e, principalmente, evitar a circulação do vírus”, concluiu o médico.

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