O presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, defendeu durante o 9° Fórum Liberdade e Democracia, promovido pelo Instituto de Formação de Líderes de São Paulo (IFL-SP), a proteção constante da democracia para evitar uma deterioração das instituições e das liberdades.
“A democracia está em constante risco. É preciso defender e protegê-la sempre”, afirmou Guaidó, citando além do próprio exemplo da Venezuela, a guerra da Ucrânia, a perseguição política de Daniel Ortega, na Nicarágua, e de Miguel Díaz-Canel, em Cuba.
Guaidó fez um histórico da crise venezuelana e do processo de destruição da democracia que se iniciou com a eleição de Hugo Chávez em 1999, aprofundou-se com as mudanças na Constituição do país, e entrou em uma espiral ditatorial e anti-liberdade por Nicolás Maduro.
"Nós venezuelanos lutamos pela democracia por que a perdemos. Começamos a perder a democracia em 1999 com a revolução de uma suposta democracia, com o colapso do sistema político nacional”, disse.
Guaidó tornou-se presidente interino da Venezuela em 2019 e foi reconduzido ao cargo em janeiro deste ano por mais 12 meses. E desde então vem lutando para que a Venezuela realize eleições livres e o fim da perseguição de políticos opositores.
"Nós resistimos contra a ditadura de Maduro e mantemos a aspiração da luta e defesa da democracia para renascer a Venezuela”, afirmou Guaidó, em transmissão gravada por vídeo à plenária do Fórum do IFL-SP. O país ao norte do Brasil passa por um processo de deterioração econômica impulsionada por uma hiperinflação, que levou à pobreza quase 90% da população.
O presidente-interino venezuelano fez um apelo para que as pessoas que defendem a liberdade e a democracia continuem pressionando a Venezuela por eleições livres e justas. E sentenciou ainda que todas as tentativas do governo de Maduro de que está havendo uma melhora econômica do país não passam de propaganda. “A tentativa de Maduro de mostrar que a Venezuela está melhorando é só propaganda”, disse.
Guaidó reforçou ainda que não se pode relativizar a ditadura porque permite que países violem e cometam crimes que atentam contra os direitos humanos e individuais. Ele afirmou na parte de perguntas e respostas da plateia do Fórum que não importa o viés ideológico de um governo eleito democraticamente através de eleições justas. “O que não se pode é alguns países relativizarem a ditadura de Maduro e querer se aproximar dele. Não se pode aproximar de um ditador, isso é um erro”, sublinhou.
O Fórum Liberdade e Democracia é realizado desde 2010 pelo IFL-SP, entidade sem fins lucrativos que tem como objetivo formar líderes com base nos valores de Liberdade Individual, Livre Mercado, Império da Lei e respeito à Propriedade Privada.