A carta-compromisso traz agendas que resumem algumas das demandas que a SVB considera prioritárias no movimento vegetariano: (1) Política de incentivo à alimentação vegetariana (incluindo a merenda vegetariana estrita); (2) Incentivo ao desenvolvimento econômico do setor de proteínas vegetais; (3) Incentivo ao posicionamento dos órgãos de saúde e nutrição; (4) Ações visando a proibição a determinadas atividades de produção animal reconhecidamente cruéis, como comércio de foie gras; e (5) Incentivo à inclusão da matéria nutrição vegetariana em cursos de educação superior na área de saúde.
Os tópicos estão mais detalhados e justificados no documento, que será usado para reivindicar proatividade política em defesa do vegetarianismo dos candidatos que forem eleitos. Os signatários que porventura ocupem outros cargos na administração pública, conforme previsto no texto assinado, também poderão ser cobrados dentro dos temas do documento.
JUSTIFICATIVA
O consumo de carne no Brasil ultrapassa muito as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde. O mesmo Guia Alimentar determina que, para equilibrar a alimentação do brasileiro, é necessário aumentar em 20% a ingestão de cereais e triplicar o consumo de hortaliças. Os impactos ambientais da criação de animais para consumo também são expressivos. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO-ONU) alerta para os impactos do setor “como um dos dois ou três maiores responsáveis pelos mais sérios problemas ambientais, em todas as escalas, da local à global”.
Em um estudo publicado pela revista Science em 2018, envolvendo 119 países (incluindo o Brasil), os autores mostram que a produção de carnes, ovos e laticínios usa 83% das terras cultiváveis do planeta e é responsável pela maioria das emissões provenientes da produção de alimentos, embora forneça apenas 18% das calorias consumidas globalmente.
A alimentação vegetariana estrita, livre de carne, leite, ovos ou qualquer outro derivado animal, é segura e acessível a todas as pessoas, conforme reconhecem diversas associações médicas e nutricionais globais, como a Academia de Nutrição e Dietética Americana, por exemplo. A prática de uma alimentação livre de alimentos de origem animal e rica em vegetais incluindo leguminosas, cereais, sementes, frutas, verduras e legumes é reconhecida como um dos principais fatores para a prevenção de diversas doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como as doenças cardiovasculares, diabetes, alguns tipos de câncer e obesidade, segundo a nutricionista coordenadora do departamento de Campanhas da SVB, Alessandra Luglio (CRN 3 6893).
SOBRE A SOCIEDADE VEGETARIANA BRASILEIRA
Fundada em 2003, a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) é uma organização sem fins lucrativos que promove a alimentação vegetariana como uma escolha ética, saudável, sustentável e socialmente justa. Por meio de campanhas, programas, convênios, eventos, pesquisa e ativismo, a SVB realiza conscientização sobre os benefícios do vegetarianismo e trabalha para aumentar o acesso da população a produtos e serviços vegetarianos. Para mais informações, acesse www.svb.org.br ou os nossos perfis no Instagram, Facebook e Youtube.