16/08/2022 às 09h34min - Atualizada em 16/08/2022 às 09h34min
Campos permanece na Fase verde diante a desaceleração de casos e óbitos
Entre os dados apresentados durante a reunião, o panorama de risco da Covid-19 apontado no mapa de risco à doença no Estado do Rio de Janeiro é de -23%
Foi realizada nesta segunda-feira (15) a 33ª Reunião do Gabinete de Crise e Combate à Covid-19 e Outras Doenças Emergentes e Reemergentes. Durante o encontro virtual, autoridades em saúde, representantes do poder público e sociedade civil organizada debateram a desaceleração e estabilidade da pandemia do novo coronavírus, além das notificações de monkeypok, mas conhecida como Varíola dos Macacos, que já soma dois casos confirmados e outros dois em investigação no município.
Entre os dados apresentados durante a reunião, o panorama de risco da Covid-19 apontado no mapa de risco à doença no Estado do Rio de Janeiro é de -23%. No Gabinete de Crise anterior, essa média era de -5%. Dentro do cenário epidemiológico em Campos, destaca-se a redução do índice de positividade para a doença, que em junho era de 23,4% dos 5.633 testes realizados. Já em julho caiu de 20,9% para 16,4% e o município chegou a realizar 8.349 testes. Na primeira semana de agosto, a positividade foi de 6% no universo de 134 testes. Esse dado, somado também à redução de óbitos, cuja média da última semana foi de um morto, e à ocupação de leitos abaixo de 50%, mantém o município na Fase Verde, ou seja, Nível 2 do Plano de Retomada das Atividades Econômicas e Sociais.
“Essa redução está sendo gradativa e se reflete também nas testagens. Isso mostra que inequivocamente a diferença entre viver e não morrer se deve às vacinas. Foram elas que mudaram essa demanda por leitos em UTI que era de 150, 100, para 20, 10”, explica o infectologista e assessor técnico em Vigilância em Saúde da Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde, Charbell Kury.
O especialista também falou sobre o avanço da vacinação no município, ressaltando a importância da participação do Programa Saúde da Escola (PSE), que de março a julho aplicou mais 6.551 doses da vacina Covid-19 em alunos e profissionais de 81 unidades escolares, além das 2.371 doses das vacinas de rotina, sendo 596 contra o HPV, aplicadas de maio a julho. Essa iniciativa de imunização das escolas começou em 2009. “Agora estamos estendendo essa vacinação de rotina para creches e que está com boa adesão dos pais e responsáveis e soma 520 doses aplicadas”, celebrou.
O secretário de Saúde, Paulo Hirano, falou, entre outras coisas, sobre a importância imperativa da vacinação, principalmente das doses de reforço que, no caso da 4ª dose, já está liberada para pessoas com mais de 18 anos, além do uso da máscara. E mais, usou a si próprio como exemplo da efetividade dessas duas ações, ao se infectar recentemente com o coronavírus.
“Enquanto usei máscara continuamente, mesmo estando com grande frequência perto de pessoas que na sequência se mostraram positivas à doença, que sentaram ao meu lado, eu não me contaminando por causa da máscara e, logicamente, pela imunização. Tomei todas as doses da vacina no tempo certo e estou imunizado. Ao mesmo tempo, nessas últimas semanas por eu ter flexibilizado o uso da máscara durante uma viagem acabei adquirir a Covid-19. Minha ausência nas últimas semanas foi por conta disso, mas estou completamente recuperado, fiz vários exames realizados e negativados. Tive sintomas muito leves, discretos, por causa da vacina. Temos que louvar, acreditar na imunização e seguir as recomendações cientificas”, revelou Hirano, intensificando o chamado para o uso do equipamento de proteção individual em locais com aglomerações.
Está mantida a recomendação para o uso de máscara, principalmente pessoas imunossuprimidas por medicação, por doença, tais como HIV, doenças reumáticas; anemia falciforme; renais e hepatopatas crônicos; portadores de doenças pulmonares crônicas como, por exemplo, fibrose cística; diabetes melito e cardiopatias e neuropatias; crianças acima de 5 anos e adultos com síndrome gripal e outros sintomas; idosos acima de 60 anos com comorbidades com esquema vacinal incompleto; idosos acima de 80 anos com esquema incompleto. Assim como a orientação para que a população tome a terceira e a quarta dose da vacina, pois são essenciais para bloqueio de casos graves da doença.
O município também manterá a oferta de testes rápidos para detecção precoce de novos casos e aguarda a chegada da vacina CoronaVac para dar seguimento à vacinação de crianças de 3 e 4 anos, além de manter a vigilância escolar com testagem itinerante. Todas as medidas de enfrentamento à Covid-19 foram atualizadas por meio de Decreto Municipal Nº 426/2022, que pode ser conferido na íntegra (AQUI).
Varíola dos Macacos— Atualmente, as autoridades em Saúde do município também mantêm a atenção voltada para a varíola dos macacos. No município há dois casos confirmados da doença. Outros dois casos estão em investigação. “É uma doença que felizmente não é tão grave quanto a varíola humana vivida na década de 60 e 70”, explica Charbell. informando que a infecção pode ocorrer em indivíduos de qualquer idade, podendo em alguns casos levar à internação.
“O que chama atenção desse surto de monkeypox são as lesões genitais, além da face, boca e tronco. É importante não associar essa doença como a AIDS/HIV no passado, ligando-a a homem que faz sexo com homem, pois hoje temos grávidas e até crianças com monkeypox. A doença está bastante disseminada e os cuidados devem ser mantidos por todos”, disse. Entre as ações de prevenção está o isolamento, que deve ser deixado apenas para se dirigir ao serviço de saúde, usar máscara cirúrgica, especialmente aqueles com sintomas respiratórios, entre outros.
Diante do aumento no número de casos confirmados monkeypox no Brasil, o Ministério da Saúde emitiu nota técnica na qual recomenda o uso de máscaras para mulheres grávidas, lactantes e com bebês recém-nascidos, além da higienização das mãos e evitar permanecer por longos períodos em ambientes sem ventilação e com aglomeração.