11/08/2022 às 13h43min - Atualizada em 11/08/2022 às 23h20min

Vítimas de pirâmide financeira formada pela empresa GR Canis Majoris buscam Justiça por ressarcimento

Crime segue roteiro semelhante aos outros que já enganaram e seguem enganando milhões de brasileiros

SALA DA NOTÍCIA MP News

Uma multinacional especializada no mercado de renda variável, com diversidade de investimentos financeiros, imediatismo e possibilidade de ganhos. Foi com esse apelo que a empresa GR Canis Majoris, rotulou grande volume de operações de capital com forte apoio da tecnologia, para a prática de pirâmide financeira, crime que tem vitimado cada vez mais brasileiros, atraídos pela esperança de obter um retorno de seus investimentos bem maior daqueles oferecidos por instituições financeiras.

Para o advogado Jorge Calazans, especialista na área criminal, Conselheiro Estadual da ANACRIM, Sócio do Escritório Calazans & Vieira Dias Advogados, com atuação na defesa de vítimas de fraudes financeiras, o roteiro seguido pela GR Canis Majoris é semelhante aos demais golpes desse tipo. “Em um portal simples, a empresa afirma ter escritório em São Paulo e em Chicago (EUA), buscando passar imagem de credibilidade e confiança ao investidor, enquanto ela, sem qualquer registro ou autorização na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por meio de seus sócios, realiza suas operações à margem das leis que regulam o mercado de capitais”.

A isca usada para atração de investidores era promessa de pagar um rendimento de 3% ao mês com lastro em ativos internacionais. “Em geral, os investidores recebem seus lucros nos primeiros meses de investimento e com essa segurança passam a fazer a publicidade para amigos e familiares, que viram novos investidores. Quanto mais dinheiro novo entra, mais forte é a impressão de que se trata de um negócio legítimo, não uma fraude”, descreve Calazans.

Entretanto, em um determinado prazo o dinheiro para de ser depositado, a empresa faz uma restrição de saque do capital principal e dos juros. E o efeito manada se completa quando o esquema começa a entrar em colapso e a empresa passa a dar uma série de desculpas para barrar qualquer tipo de acesso das vítimas ao dinheiro ou qualquer simples informação. “É o que tem acontecido em mais esse caso”, destaca o advogado, que representa milhares de vítimas de alguns crimes de pirâmide financeira praticados no Brasil.

Neste caso específico envolvendo a GR Canis Majoris, ainda não se sabe a extensão do golpe nem a quantia exata envolvida. Mas, somente em 30 ações que estão tramitando na Justiça de São Paulo os valores represados pela empresa se aproximam de R$ 4 milhões, o que para Calazans “não dá a dimensão real, uma vez que se estima existir cerca de 3,5 mil investidores que tenham sido atraídos pela empresa”.

O especialista ressalta que essas pessoas são vítimas do crime de estelionato e precisam ir às delegacias para formalizar a queixa contra o golpe. “A representação criminal é essencial para a reunião de elementos e provas contra os fraudadores. Isso porque os golpistas têm medo da cadeia. Além disso, depois de registrar suas queixas às autoridades policiais, é preciso acionar a Justiça para reaver seus investimentos. Esse é o único caminho e a força das vítimas é o principal antídoto contra os golpistas”, finaliza Calazans.

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