“Além das fissuras no peito, tive ingurgitamento mamário, mastite e até febre. Produzia muito leite e nos três primeiros meses de vida do meu filho sentia muita dor, mas mesmo assim insisti em dar o leite materno e nunca fiz uso de mamadeira ou chupeta”. O desabafo, parecido com o de muitas mães que enfrentam dificuldade para amamentar seus bebês, é da jovem Camila Maria Leal Rosas, 32 anos, mãe do pequeno Pedro, de 2 anos e 6 meses.
Camila contou que os três primeiros meses foram desafiadores. “Pedro nasceu em um hospital da rede particular, mas foi no Banco de Leite Humano do Hospital Plantadores de Cana (HPC) que recebi a ajuda necessária para amamentar. Minha irmã e a pediatra do meu filho me orientaram a procurar pelos profissionais do Banco de Leite. Fui abraçada e acolhida por eles”, contou Camila, que amamenta o filho até hoje.
A história de Camila se encaixa bem no Dia Mundial da Amamentação, comemorado em 1° de agosto, e no início do Agosto Dourado. Ambos reforçam a importância do incentivo ao aleitamento materno.
A coordenadora do Banco de Leite do HPC, enfermeira Fabiana Passos, explicou que o leite materno não perde seu valor nutricional à medida que a criança cresce, como é o caso de Pedro.
“O Ministério da Saúde preconiza a amamentação exclusiva até os seis meses de vida, mas o leite materno pode ser dado até os 2 anos ou mais como complemento alimentar”, afirmou Fabiana.
Ela disse ainda que as mães que buscam a ajuda do Banco de Leite são orientadas a não oferecer ao bebê nenhuma alimentação artificial até os 6 meses. “Não existe leite fraco. Toda mulher produz o leite adequado para o seu filho. Na amamentação, a pega é muito importante, já que ela deve ser na aréola e não no bico do peito”, afirmou Fabiana, acreditando que muitas mães não conseguem amamentar porque falta uma rede de apoio em casa, que é a família.
“É importante que os familiares e os amigos apoiem as mães, proporcionando uma condição favorável para que ela consiga amamentar com tranquilidade”, disse.