A Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct) está realizando este mês, a avaliação diagnóstica dos alunos da rede municipal de ensino de Campos. As provas de Língua Portuguesa e Matemática, elaboradas pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (Caed/UFJF) serão aplicadas nas salas de aula para mais de 30 mil alunos do 2º ao 9º ano do Ensino Fundamental. No final do ano passado, em uma parceria com o Caed, foi feita a primeira avaliação para diagnosticar a defasagem da aprendizagem provocada, principalmente, pela pandemia da Covid-19.
Este ano, a Seduct firmou convênio com o Caed, instituição que tem vasta experiência na área e presta serviço para cerca de 400 municípios brasileiros. A avaliação dos alunos da rede municipal de ensino, no entanto, não se restringirá à feita pelo CAED. A Diretoria Pedagógica da Seduct prepara avaliações da aprendizagem também pelos alunos das demais séries da Educação Básica.
“Este ano, assinamos contrato com o Caed para uma avaliação sistematizada, um programa que vem com três avaliações: a primeira agora, sendo realizada do final de julho a agosto; a próxima entre novembro e dezembro e a última em fevereiro de 2023, no início das aulas. Esse ciclo avaliativo nos permite enxergar toda a realidade do nível de dificuldade dos nossos alunos. Alinhado com os descritores de habilidades e competências do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), chegaremos a um diagnóstico que, em conformidade com o preconizado pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), viabilizará a implementação de um amplo programa de recuperação e recomposição de aprendizagem em nossa rede municipal de ensino, que já se encontra em construção e em fase inicial de implantação em algumas unidades escolares com reforço escolar e que será ampliado com a oferta de avaliações de fluência verbal e de tutores de aprendizagem que serão apoio aos professores junto aos alunos com maior necessidade de suporte pedagógico adicional”, explicou a Diretora Pedagógica da Seduct, Tânia Alberto.
O diretor do CIEP-056/Escola Municipal Custódio Siqueira, Felipe Barreto, fala da importância da avaliação diagnóstica.
“O programa realizado pela Seduct com o CAED já possibilitou à nossa instituição de ensino perceber as dificuldades dos nossos alunos e, por meio dos resultados das avaliações, propusemos um projeto de reforço escolar que foi baseado em dados verídicos. Esse projeto possui um diferencial, pois dividimos os alunos em grupos de acordo com as dificuldades de cada um e área do saber. Sendo assim, podemos conhecer a realidade dos educandos e do seu processo de ensino-aprendizagem e traçar estratégias que possam aperfeiçoar as metodologias utilizadas na escola", destacou o diretor.
Avaliação, diagnóstico e monitoramento da aprendizagem na rede municipal de ensino são ações desenvolvidas pela Seduct por meio da Diretoria Pedagógica, para o alcance das metas contidas no Programa de Aprendizagem Eficiente (PAE), decreto municipal implantado em 2021 que regulamenta a Educação Infantil e o Ensino Fundamental em Campos.
“Ano passado, fizemos nosso primeiro processo avaliativo da rede. No país, geralmente, a avaliação é feita para os 2º, 5º e 9º anos, mas Campos, em uma experiência inédita, pegou todas as faixas do 2º ao 9º para avaliar. Por conta da pandemia, das aulas não presenciais, aulas remotas, precisávamos saber onde estávamos e o que deveríamos fazer. Houve, também, a Resolução nº 2 de 05/08/2021, do Conselho Nacional de Educação já apontando para a necessidade desse tipo de avaliação em todo o país, porque toda a rede pública de ensino parou. Foi um planejamento de guerra, porque muitos pais não queriam que os filhos fossem à escola fazer a prova. Conseguimos avaliar 21.300 alunos, numa média de aproximadamente 70% avaliados, percentual até acima do esperado, que era de uns 50%”, contou a pedagoga Márcia Olinda Soares.
Outra técnica que está atuando na avaliação do CAED é Lúcia Rangel. “Essa nova avaliação foi feita de acordo com o que foi avaliado no município ano passado, de acordo com as dificuldades de aprendizagem dos nossos alunos. A avaliação é por aluno, para verificar suas habilidades e competências. Em geral são 20 questões, cada uma tem uma habilidade. E a escola faz o acompanhamento. Essa avaliação fica no sistema que pode ser verificado pelo professor, pela direção da escola, pela Seduct, pela coordenação pedagógica. Isso nos permite analisar qual foi o avanço alcançado, nos dá subsídios para o engajamento de projetos, de ações. O ano de 2022 está sendo para ajeitar a casa, ajeitar escola, a merenda, cozinha, pessoal de apoio, toda a infraestrutura necessária para os alunos ter condições de estar em sala de aula. Estamos plantando para colher à frente. A educação é um processo e a gente não muda nada de uma hora para outra. A partir da avaliação, vamos criar um diagnóstico e implementar ações. Como o secretário Marcelo Feres sempre diz, tivemos muitos avanços, mas a educação ainda está em reconstrução”, conclui a pedagoga.
SEDUCT COM TRABALHO PRÓPRIO PARA AVALIAR TODA REDE MUNICIPAL DE ENSINO
Para as demais séries da educação básica, a Seduct implementará sistemas avaliativos próprios, conforme o preconizado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), por meio da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
“Para os outros anos de escolaridade (Pré 2 e 3, 1º Ano e Educação de Jovens e Adultos-EJA), nós estamos preparando avaliações diagnósticas próprias, para que a Seduct faça esse trabalho de análise e identificação dos resultados. Além disso, a gente está se organizando para fazer as avaliações exclusivamente para o 1º Ano através do programa Tempo de Aprender, que tem o mesmo material do CAED disponibilizado pelo MEC na plataforma do governo federal. Também vamos começar a organizar as provas para a Avaliação de Fluência Verbal, que é uma proposta que o governo federal já vem realizando através do programa Tempo de Aprender. É uma metodologia para a avaliação individual curta, que dura de cinco a 10 minutos, de todos os alunos do 1º e do 2º ano e que a Seduct vai estender até o 6º. O objetivo é saber se o aluno consegue ler com fluência, se ele é um leitor apenas de sílabas, ou só de palavras, só de frases ou leitor de texto sem fluência ou leitor de texto com fluência. A classificação nessas cinco categorias dá o tom sobre o que precisamos fazer para superar as dificuldades dele. Porque, se o nosso aluno não souber ler, ele não vai conseguir escrever, não vai conseguir aprender e avançar. Então uma das nossas metas da alfabetização é que todos os alunos estejam lendo com fluência e, para isso, vamos estender esse trabalho, que já é feito com o 1º e 2º ano, para todas as turmas até o 6º, para a gente diagnosticar, através desse teste de fluência de leitura, quem está sem ler e ensinar esses alunos a lerem. A proposta é acelerar o processo de alfabetização desses alunos, mesmo que estejam em uma série avançada, uma vez que, por conta da pandemia, muitos podem ter chegado lá frente com muitas deficiências de leitura, e a gente precisa corrigir isso”, concluiu a diretora Pedagógica da Seduct, Tânia Alberto.