O Sindipetro-NF realizou na manhã desta quarta-feira (3), no Heliporto do Farol de São Thomé, em Campos, um protesto contra a insegurança do trabalho que provocou a morte, na manhã de terça-feira(2), do caldeireiro identificado como Patrick Carlos, de 37 anos, a bordo da plataforma P-19, na Bacia de Campos.
A diretoria do sindicato denuncia que a redução progressiva de investimentos da Petrobrás em segurança tem provocado o sucateamento das instalações. “Mais um trabalhador perde a vida na Petrobrás, fruto da precarização das condições de trabalho e da redução de investimentos em segurança. Lutaremos por melhores condições e participaremos da comissão de investigação de acidente”, denuncia o coordenador geral da entidade, Tezeu Bezerra.
O ato no Farol começou nas primeiras horas da manhã de hoje. Sindicalistas fincaram cruzes nos canteiros próximos à entrada do heliporto e estenderam faixas. Uma delas alerta o trabalhador que “poderia ser você”, conscientizando sobre a necessidade de todos priorizarem a luta pela segurança no trabalho.
Mesmo em um momento de luto da categoria petroleira, a gestão da Petrobrás se mantém instransigente e não permitiu a entrada, no heliporto, da fotógrafa Gabriela Fonseca, contratada pelo Departamento de Comunicação do Sindipetro-NF para cobrir o protesto. As imagens precisaram ser feitas à distância, de fora da instalação.
As informações iniciais sobre o acidente são de que o caldeireiro morreu em razão de ter inalado CO2 na sala do moto gerador na plataforma, em acidente ocorrido às 9h30 de ontem. No local, acontecia uma obra de retirada de piso gradeado. De acordo com Tezeu, outros três trabalhadores também poderiam ter sido vitimados.
Patrick trabalhava há apenas dois meses e oito dias para a GranIHC Services S.A. , era casado, tinha dois filhos e era natural de São Mateus (ES). O sindicato ainda não tem informações sobre o sepultamento.
O diretor sindical da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Antônio Raimundo Teles, vai representar o Sindipetro-NF na comissão de investigação do acidente, que começou ontem mesmo a ser formada. A entidade questiona a razão do disparo de CO2 em uma sala com pessoas, quando só pode ocorrer para debelar incêndio quando estiver vazia.
A entidade também está ao lado dos petroleiros e petroleiras da P-19 que paralisaram suas atividades desde ontem, impactados pelo luto e em protesto contra a insegurança. O sindicato reforça que é muito importante que todas as informações sobre o caso sejam enviadas para [email protected], com garantia de sigilo sobre a identidade dos denunciantes.