O Dia Mundial da Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço, lembrado nesta quarta-feira (27), que ocorre dentro da campanha Julho Verde, mês nacional de combate a esses tipos de cânceres, traz um alerta para a conscientização sobre a prevenção e diagnóstico precoce.
Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, o médico cirurgião Raphael Abreu Sepulcri, chama a atenção para a associação de dois fatores de risco que têm contribuído para o aumento do número de casos, que são o cigarro, incluindo o eletrônico, e o consumo excessivo de álcool.
“Quem fuma e bebe por longos anos tem dez vezes mais chance de desenvolver câncer de cabeça e pescoço, denominação genérica de tumores que se originam em regiões das vias aéreo-digestivas, como boca, língua, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe e seios paranasais, além das glândulas da tireoide”, explicou o médico.
Em relação ao cigarro eletrônico, Raphael ressaltou que pesquisas têm apontado que ele contém substâncias potencialmente cancerígenas. “O fato de ser menos tóxico não reduz os riscos”.
Ele disse ainda que o câncer de boca é o 5º mais comum entre os homens e o da tireoide, o 2° mais comum em mulheres. “Temos observado um aumento considerável nos casos de câncer de orofaringe que afeta a parte de trás da boca, amígdalas e garganta e tem relação com o vírus HPV. Pessoas com vida sexual não estável e que praticam sexo oral sem a devida proteção estão mais propensas a serem acometidas por esse tipo de câncer”, afirmou.
Segundo o médico, em caso do surgimento de nódulo ou caroço na região do pescoço, que pode ser confundido com uma íngua, dificuldade para engolir, perda de peso, rouquidão por mais de quatro semanas e lesões ou feridas na boca que não cicatrizam, a orientação é para que a pessoa procure atendimento médico para o devido diagnóstico. “As chances de cura aumentam em 90% quando a doença é descoberta precocemente”.
Dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer) indicam que os cânceres de cabeça e pescoço ocupam o terceiro lugar no ranking, com 7% dos 685 mil novos casos por ano. Anualmente, o instituto registra cerca de 40 mil novos casos de cânceres de cabeça e pescoço.