Obrigatórios por lei, os testes da orelhinha e da linguinha podem ser feitos em Campos, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no Centro de Referência e Tratamento da Criança e do Adolescente (CRTCA1), que funciona na Cidade da Criança. O atendimento na unidade é por livre demanda, ou seja, não necessita de agendamento, das 9h às 16h.
De janeiro a maio deste ano, segundo a coordenadora do CRTCA1, Sirlei Souza Crisóstomo Rangel, foram realizados 271 testes da linguinha e 235 da orelhinha, no mesmo período. O da linguinha é feito de segunda a sexta-feira pela odontopediatra Bianca Ressiguer e pelas profissionais Mariana Ribeiro de Oliveira e Fernanda Matos de Lima Barreto. Já o da orelhinha pelas fonoaudiologistas Renata Pinto Boynard e Mariana Azevedo Caldas, toda segunda, quarta e sexta-feira.
Sirlei explicou que a realização do protocolo de avaliação do frênulo da língua em bebês tornou-se obrigatória por meio da Lei Federal 13.002 de junho de 2014. “É um exame padronizado que possibilita diagnosticar e indicar o tratamento precoce das limitações dos movimentos da língua, causadas pela língua presa, que pode acarretar danos na amamentação, deglutição, mastigação e fala”, disse.
A odontopediatra Bianca Ressiguer disse que o teste da linguinha deve ser feito, preferencialmente, no primeiro mês de vida do bebê, mas pode ser realizado até os 6 meses. A orientação é a mesma para o teste da orelhinha, que possibilita a identificação precoce de possíveis perdas auditivas nos recém-nascidos. A Lei Federal 12.303/2010 tornou o exame obrigatório.
Bianca ressaltou que a indicação para a realização do teste da linguinha no primeiro mês de vida do bebê tem por objetivo evitar o desmame precoce. “Quando percebemos que o bebê apresenta alguma alteração, como a língua presa, ele é encaminhado ao Centro de Saúde ou ao CRTCA2, na antiga Apic, para a cirurgia de frenotomia, que é oferecida gratuitamente pelo município”.
Uma das bebês atendidas pela odontopediatra foi Sophya, de apenas 2 meses. A mãe Hemilly Luiza Carneiro, de 19 anos, disse ter conhecimento de que o teste é obrigatório. Ela contou que não está tendo dificuldade para amamentar. Quanto ao atendimento no CRTCA1, Hemilly elogiou. “A equipe é atenciosa e nos passa muitas informações”, disse.
Em relação ao teste da orelhinha, os bebês que possuem maior chance de desenvolver problemas auditivos são os prematuros, baixo peso, caso de surdez na família, malformação dos ossos da face ou na região da orelha, gestante diagnosticada com alguma infecção na gravidez, como toxoplasmose, rubéola, herpes, citomegalovírus, sífilis ou HIV e uso de antibiótico durante a gravidez.