Os participantes também são os que contam as histórias
Protestos começam em março de 2011, e propostas de acordos de paz não foram suficientes para evitar uma guerra. Desde então, a Síria não é mais a mesma, e talvez por mais algum tempo não será. A pergunta mais frequente seria: ‘Por que entraram em guerra’?, seguidas de quando começou e se ainda estão em guerra.
A resposta está em quem não participa da linha de frente de uma guerra, mas, está longe e ao mesmo tempo perto do conflito, o suficiente para ter sua própria vida em risco e responder as perguntas nos mantendo informados. Os jornalistas de guerra, ou correspondentes de guerra. No século XIX, eram famosos conhecidos como correspondentes especiais.
A guerra não é algo a se temer apenas para quem vai à luta, mas também para quem vai precisar colher informações, a área mais perigosa do jornalismo existe. Há tempos, sabemos o que acontece por causa dos que estão lá.
Esse é o ramo mais antigo do que o próprio jornalismo, uma vez que que consideramos como jornalistas aqueles faziam longas notas de acordo com o que viam na guerra. Pintores de épocas passadas também são considerados quando pintavam o que viam. Heródoto é conhecido como o primeiro nesse cargo quando escreveu sobre Guerras Médicas e a Guerra do Peloponeso.
No jornalismo moderno, temos o pintor Willem van de Velde, que saiu num bote para acompanhar uma batalha naval e, através de esboços, pintou em um único quadro o conflito que havia presenciado. Na época, Inglaterra x Holanda. Na Guerra da Crimeia, um conflito que se estendeu por muito tempo, Willian Russel teve seu trabalho bem feito reconhecido o suficiente para ser considerado o primeiro por muitos, ele sempre é o mais citado na discussão de quem seria o primeiro correspondente.
A rotina de um jornalista de guerra, como todos sabem, é colher informações e relatá-las, fotografias e, hoje em dia, gravações fazem parte de um material importante. É um cargo que exige coragem de sobra, não é fácil enviar um correspondente para realizar esse tipo de trabalho, muitos recebem um belo e sonoro ‘não’, seguido de ‘Não quero morrer cedo’. Além de que os poucos que estão nesse momento cobrindo um conflito estão porque querem estar.
Nos dias de hoje é difícil ver alguém contratar correspondentes de guerra, pelo menos, no Brasil, não existe. Normalmente isso acontece no exterior e a maioria das informações são dadas por jornalistas freelancers. Mesmo sendo um ramo bem-sucedido do jornalismo, os gastos são custosos por falta de suportes, além das privações que acabam deixando o ramo um tanto difícil.
O lado bom, para quem enxerga horrores desse cargo é que, através de reportagens, relatórios e afins, podemos entender e saber o que podemos fazer em relação a isso, é algo que precisa ser feito ou, melhor, que talvez todos precisemos, e aqui o porquê: Se nós sabemos o que acontece numa guerra, de algum modo podemos ajudar de longe.
Enfermeiros sempre são chamados para ajudar, demais pessoas de diversos países podem ajudar em arrecadação de comida e roupas, e os governantes de países podem criar programas para aceitar refugiados em seus países e ajudá-los como puderem.
E nada disso poderia ser realizado se não soubéssemos o que acontece do outro lado, até porque muitos dos atingidos não fazem ideia do porquê estão passando por isso. No site oficial da ONU (Organização das Nações Unidas) e da Cruz Vermelha, além de informações, também encontramos histórias de superação e paz, e formas de ajudar.
O perigo da profissão é o nível difícil de um jogo de videogame, porém, é realista, e a coragem ou amor pela profissão deve ser igual.