23/05/2022 às 13h00min - Atualizada em 23/05/2022 às 13h00min

Dengue: Sorotipo que circula em Campos não evolui para quadros graves

Município confirmou 54 casos da doença, um de zika e três de chikungunya

Jornal Aurora - Redação
PMCG
A dengue é uma doença infecciosa aguda, causada por um vírus e transmitida ao homem através da picada do mosquito Aedes aegypti. Em Campos, dos quatro sorotipos existentes, o tipo 2, chamado cosmopolita, é o que está circulando. Apesar do crescente número de casos da doença na cidade, segundo afirmou o coordenador do Centro de Referência da Dengue e Pós-Covid Dr. Jayme Tinoco Netto, Luiz José de Souza, esse sorotipo apresenta sintomas ambulatoriais mais leves, não evoluindo para quadros graves, como dengue hemorrágica.

“Esse sorotipo é de um novo genótipo, que veio do Peru, chegou a circular no estado de Goiás e agora nós o identificamos aqui em inúmeros bairros. Por esse motivo, a tendência é que o número de casos siga aumentando. Estamos preparados para prestar um bom serviço à população, com uma equipe de médicos e enfermeiros bem treinados”, disse o médico.

Segundo Luiz José, o ciclo do mosquito leva sete dias, começando com os ovos e posterior eclosão de onde se transforma em larvas e depois pupa. Passado esse período, vem o mosquito adulto.

“O mosquito contaminado com o vírus, ao picar uma pessoa sadia, vai transmitindo a doença para outros indivíduos, aumentando a propagação da dengue. O número de casos vem aumentando progressivamente, no entanto, não está de forma alarmante”, ressaltou o coordenador.

De acordo com o último balanço, divulgado na sexta-feira (20), 54 casos foram confirmados no município. Foi registrado, ainda, um caso de zika e três de chikungunya.

SINAIS E SINTOMAS

De acordo com Luiz José, o quadro clínico e os sintomas mais comuns da dengue são febre, dor de cabeça, náuseas, mialgia (dor muscular) e manchas pelo corpo. Esses desconfortos podem durar até cinco dias. Em casos mais graves, o paciente pode evoluir para uma dor abdominal intensa, sangramentos, hipotensão, vômitos e diarreia.

“Uma coisa que a gente tem observado é que os sintomas (do sorotipo 2) são mais leves. Existem os sintomas importantes, mas aí você hidrata, medica e o paciente já se sente melhor”, esclareceu o médico.

O subsecretário da Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (Subpav), Rodrigo Carneiro, informou que alguns pacientes podem não apresentar sintomas, os chamados assintomáticos, ou oligossintomáticos (poucos sintomas). O médico disse ainda que em torno de 25% a 30% dos pacientes evoluem para quadros graves da doença.

“A dengue se apresenta como uma doença de início súbito com dores pelo corpo, dores articulares, febre, dor de cabeça, náusea e, vômito, podendo, com o passar dos dias, evoluir para casos graves como dor abdominal, hemorragias e choque, necessitando de intervenção médica e, principalmente, hidratação venosa vigorosa”, disse o infectologista.

O Centro de Referência da Dengue e Pós-Covid, que já abrigou o Centro de Referência de Doenças Imuno-infecciosas (CRDI), funciona anexo ao Hospital Plantadores de Cana (HPC). O CRDI foi fechado em março de 2020 pela gestão passada, após 20 anos em funcionamento.

AÇÕES DE COMBATE AO VETOR

O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) vem promovendo ações de prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, zika e chikungunya, com mutirões pós-LIRAa (Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti).

De janeiro a maio deste ano, o CCZ realizou mutirões em 18 bairros do município. No final de abril, o órgão intensificou as ações, realizando os mutirões semanalmente em diferentes locais. Os mutirões estão sendo realizados com base no último LIRAa, que apontou que 80% dos focos do mosquito encontram-se nos quintais das casas.

Na sexta-feira (20), os agentes percorreram o bairro Caju, onde foram vistoriados 998 imóveis, com aplicação de larvicida em 155 e eliminados 36 focos do mosquito, além de 28 pneus recolhidos.

“Quero lembrar que só temos dengue porque existe o mosquito transmissor, que é o Aedes aegypti, e 80% dos focos de criadouros estão dentro das residências e nos quintais. Portanto, é preciso redobrar a atenção e se responsabilizar pelo seu espaço para que possamos eliminar os focos de mosquito e, consequentemente, a dengue, porque a doença mata”, alertou o secretário municipal de Saúde, Paulo Hirano.


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