14/12/2023 às 10h46min - Atualizada em 14/12/2023 às 10h43min

Pacote econômico na Argentina

José Alves de Azevedo Neto
O governo do presidente Milei criou uma imensa expectativa na sociedade e no mercado, a respeito das medidas econômicas que seriam anunciadas, logo após a posse, com o objetivo de debelar a crescente inflação da economia portenha.

O que se verificou depois da divulgação do pacote, foram apenas algumas medidas já esperadas por todos, sem nenhum impacto significativo e devastador no sistema econômico. Como por exemplo, o corte dos subsídios sobre a gasolina e o transporte público, a desvalorização da moeda nacional em relação ao dólar, o corte de algumas despesas como a de publicidade do governo nos meios de comunicação, a redução dos repasses federais as províncias, a redução de ministérios. E também o aumento de renda dos programas sociais e a instituição de um imposto provisório sobre as atividades agrícolas não destinadas as exportações, além das possíveis privatizações das empresas públicas.

Tais medidas obedecem ao receituário ortodoxo liberal, onde o diagnóstico do processo inflacionário está relacionado à majoração dos gastos públicos. No ensejo, importa salientar, ainda, o aludido receituário já foi implementado na Argentina em outrora no governo de Maurício Macri e não surtiu o efeito esperado, pelo contrário, todos os indicadores econômicos infelizmente pioraram.

Inclusive o aprofundamento da crise econômica pelo governo liberal de Maurício Macri pavimentou o retorno de Cristina Kirchner ao poder, juntamente com o agora ex-presidente Alberto Fernandez. E na eleição presidencial deste ano, o povo argentino resolve novamente reconduzir a Presidência da República um candidato, apoiado por Macri, porém, com uma visão de mundo radicalizada, ou seja, um extremista de direita. Se dará certo ou não, só o tempo dirá.  

Portanto, vamos aguardar o resultado prático desse cipoal de medidas tomadas pelo atual governante argentino e se ele terá capital político para aprová-las, no Congresso Nacional. Porque o povo argentino está ansioso e apressado para resolver seus problemas de ordem econômica. Que são profundamente complexos.

 
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