05/05/2023 às 14h38min - Atualizada em 05/05/2023 às 14h34min
Quase a metade da população campista está na miséria segundo o Ministério da Cidadania
Retrato da desigualdade social no município de Campos dos Goytacazes (RJ) de março de 2023
José Alves de Azevedo Neto
Segundo os dados do Cadastro Único do Ministério da Cidadania do Governo Federal, de março de 2023, o município de Campos dos Goytacazes (RJ), tem 236.525 pessoas cadastradas em estado de vulnerabilidade social.
Desse total, de acordo com a tabela e o gráfico, temos de pessoas cadastradas em famílias em situação de extrema pobreza 170.961 ou 72% e 35.733 ou 15% de famílias de baixa renda. Em situação de pobreza, o quantitativo de pessoas chegam a 12.102 ou a 5%. E, as pessoas com renda per capita mensal acima de meio salário mínimo, atingem o patamar de 17.729 ou a 7%.
Considerando, dentro desse contexto, que o nosso município possui segundo o IBGE, uma população estimada no ano de 2021 de 514.643 habitantes. Se Campos possui no Cadastro Único, 236.525 pessoas registradas, então, são 45,96% ou quase a metade da população campista em situação social deplorável. O que nos deixa profundamente envergonhado.
Tudo isso, numa cidade que recebeu de rendas petrolíferas segundo o Info Royalties da Universidade Cândido Mendes, em apenas uma fonte de receita de 1999 a 2021 em valores reais, a fortuna de R$ 30,452 bilhões. Isto sem contabilizar a arrecadação de 2022. É injustificável e inaceitável, o município campista exibir números tão vergonhosos como esses, do Cadastro Único do Governo Federal.
Por fim, em face dessa conjuntura de gritante desigualdade social municipal, uma pergunta não quer calar: para onde foram os recursos financeiros do ciclo abundante do petróleo? Para aplacar a miséria da população campista os números acima demonstram que não foram. Portanto, não adianta justificar o atual cenário de horror utilizando, apenas, o argumento da pandemia. O quadro de pobreza e concentração de renda da economia campista é antigo. Será que faltou eficiência nas políticas públicas dos sucessivos governos, que ocuparam a Prefeitura? É uma hipótese.