03/03/2022 às 00h10min - Atualizada em 03/03/2022 às 00h07min

PATERNIDADE ATÍPICA

Omar Heart
Hoje vou dividir com vocês um pouco da minha vida pessoal, e quero começar contando um segredo; eu nunca quis ser pai, nunca tive o sonho de ter filhos, mas não por não gostar de crianças, mas pelo medo que era maior do que eu, de que meu filho (a) passasse pelas mesmas dificuldades que eu passei.
E não era dificuldade financeira, nem de afeto, estou falando de como um cérebro atípico percebe e reage ao mundo, mesmo sabendo que o TEA e genético, mas não hereditário.

Mas Deus sempre nos surpreende, e o dia 21 de outro de 2015, seis dias antes do meu aniversário, foi o dia que Deus escolheu para mudar a minha vida por completo. E nesse dia nasceram as minhas princesas, Ágatha e Yasmin, e coloriram a minha vida que era sem cor.
Mas aí começou o maior desafio da minha vida, e uma pergunta ecoava na minha cabeça, como é ser pai? Como é sei pai de menina? Como é ser pai de gêmeas?

Mas descobri que não existe um manual de pai, quando os filhos nascem eles não vem com manual.
A paternidade é uma escola onde nós somos os alunos, e não nos formamos nunca.
Posso dizer que nesses seis anos de pai eu mais errei do que acertei, mas o importante é nunca deixar de querer aprender.
Descobri que as minhas filhas são a minha melhor professora, e com elas eu aprendi a ver o mundo numa perspectiva feminina, aprendi que ser delicado e observador nas expressões e comportamentos me ajudava muito a entender suas emoções.

Mais o meu maior desafio era saber como expressar todo o meu amor por elas de uma forma que elas pudessem entender, afinal eu vejo e entendo o mundo de forma diferente delas. Mas aos poucos fomos nos encaixando como um quebra cabeça.
Ainda tenho dificuldade em alguns momentos, afinal elas são crianças, e como toda criança elas adoram brincar, e também gritar e isso, é bem difícil pra mim, pois o grito me desregula, mas hoje elas já sabem, e me ajudam muito, pois quando estamos em algum lugar que alguma criança ou adulto grita, ela fala: "não grita não, pois o ouvido do papai dói”. Preparei um quarto em minha casa para elas, com camas da Frozen, TV, enfeites e brinquedos; e ainda estou me acostumando com a bagunça delas! rs

Mas o que posso afirmar a vocês, é que a paternidade foi a melhor coisa que me aconteceu, eu me divirto com elas, é muito divertido quando elas começam a me maquiar, e num desses dias, eu fui ao supermercado de batom, e foi divertido quando uma funcionária do supermercado me alertou e disse: "isso é ser pai de meninas”.

Ainda tenho muito a aprender, ser pai não eu fácil, ainda mais no mundo que vivemos que cada dia que passa fica mais difícil preservar a inocência das nossas crianças. Por isso deixo aqui um alerta aos pais, observem todo conteúdo que seus filhos estão sendo expostos, criança tem que ser criança.
Hoje meu pensamento é assim: “não quero ser o melhor pai do mundo, quero ser o melhor pai que minhas filhas poderiam ter".

 A missão não é fácil, mas me dedicarei mais e mais a cada dia.
Ser pai é uma missão divina, então vamos nos dedicar.

Um beijo a todos e em breve falarei mais sobre a minha aventura numa paternidade Atípica.
 
Link
Leia Também »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://jornalaurora.com.br/.
Jornal Aurora Publicidade 1200x90