Petrobrás
Podemos considerar que o país passa por um lento processo de recuperação cíclica de sua economia, considerando a ocorrência de recessão nos anos de 2015 e 2016, onde o PIB registrou queda de 3,55% no primeiro ano e queda de 3,31% no segundo ano. A lenta evolução com incremento de 1,06% em 2017; incremento de 1,10% em 2018; incremento de 1,0% em 2019 e previsão de crescimento de 2,0% em 2020, confirma a presente visão.
Outros indicadores como a desaceleração da taxa de desemprego de 12,7% em 2017 para 11,0% em 2019; a geração crescente de empregos; saldo positivo no comércio exterior (apesar da crise da Argentina, dificuldades impostas pelos conflitos entre estados Unidos e China, além da própria desaceleração econômica da China); queda da inflação e juros, completam o quadro conjuntural.
Entretanto, sobre o estado do Rio de Janeiro, infelizmente, não podemos confirmar a mesma avaliação. Nos anos de 2015 a 2017 o estado experimentou queda do PIB de 2,8%; 4,4% e 1,6% consecutivamente. Na contra mão do país, traçou uma curva ascendente da taxa de desemprego indo de 7,6% em 2015 para 15,1% em 2019 e contabilizou um movimento de exportação concentrado no embarque de óleo bruto de petróleo, com declínio de 5,46% em 2019 com base no ano anterior.
Outros indicadores importantes como a produção industrial, só cresceu 2,3% no último ano devido ao incremento da indústria extrativa que evoluiu 14,7% no mesmo ano. A indústria de transformação experimentou uma queda de 3,6% pressionada pela retração acentuada de 23,6% na indústria farmacêutica, retração de 5,1% na indústria automobilística e retração de 11,2% na indústria metalúrgica. Já o setor de vendas apresentou um leve crescimento de 0,5% no acumulado do ano que foi anulado com a queda de 0,5% no setor de serviços, considerando o acumulado de 2018.
Finalmente o emprego foi positivo com a geração de 13.629 novas vagas em 2019 com forte concentração de 61% na região Norte Fluminense, por conta de projetos específicos de investimentos no setor de petróleo e na construção de uma termoelétrica no porto do Açu em São João da Barra.
Assim, se o setor privado apresenta dificuldades de recuperação econômica, o setor público patina em uma estrutura grandiosa de custeio de difícil solução. Esse quadro inclusive tem inviabilizado a capacidade de investimento do estado que resiste em um ambiente de queda de receitas no presente, além da forte expectativa de perdas consistentes no futuro, em função da possível decisão sobre a redistribuição de royalties de petróleo que ocorrerá em abril pelo STF.
Todo esse contexto empurra o estado para um quadro de forte preocupação em relação a 2020. A fragilidade economia interna se soma ao desastre do corona vírus que tem limitado a economia da Ásia, continente importante para o comércio externo do país de do estado, já que as exportações de comodities são extremamente representativas para a geração de riqueza no estado.